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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Americana

Promotoria entra com ação para exonerar 38 assessores da câmara

Ministério Público pede exoneração de dois terços dos comissionados do Legislativo americanense com base em um inquérito civil

Por André Rossi

24 de abril de 2020, às 09h23 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 10h29

O MP (Ministério Público) entrou com uma ação civil pública para reduzir o número de assessores por vereador na Câmara de Americana de três para um, o que representaria um corte de dois terços dos comissionados que atuam nos gabinetes. A promotoria pedia a exoneração imediata de 38 servidores da Casa, mas a liminar foi negada pela Justiça e o processo ainda segue em tramitação.

O promotor Sergio Claro Buonamici ingressou com a ação no dia 17 de abril após concluir o inquérito civil que apurava o que os assessores fazem de fato na câmara. Ao longo do ano passado, o representante do MP entrevistou individualmente os comissionados para esclarecer como era o dia a dia na atividade legislativa.

O promotor diz ter constatado que a “maior parte” do trabalho legislativo entre 2017 e 2019 se baseou em atividades de competência executiva, como a apresentação de projetos que acabam gerando gastos para o município e, por consequência, são vetados por vício de iniciativa, ou de indicações para melhorias em ruas e limpeza de bairros.

Além de classificar o “atual trabalho dos vereadores” como um “desperdício”, afirmou que os assessores contribuem para que essa situação continue na câmara.

“Servem-se, pois, os vereadores de seus assessores para, simplesmente, encaminhá-los às repartições públicas competentes. É duto político que faz os demandantes depositarem no vereador a fé de ser ele o agente solucionador dos seus problemas, quando se sabe que não é. Para ser mais exato, o vereador faz dessa anomalia um meio para se fortalecer politicamente. Funcionam os vereadores, por meio dos assessores de gabinete, com ‘despachantes de luxo’ do Prefeito, fulgurando o ‘clientelismo’ que subverte o princípio da eficiência e solapa o princípio republicano”, argumentou Buonamici.

O gasto mensal dos salários dos 57 assessores de gabinete é de R$ 288 mil, o que representa R$ 3,7 milhões ao ano. Dos três assessores por gabinete, um recebe R$ 5,481,73, enquanto os outros dois R$ 4.616,23.

O pedido de Buonamici é para manter apenas um assessor por gabinete, ou seja, 19, e com a menor remuneração, o que geraria uma despesa mensal de R$ 87,7 mil. A economia seria de R$ 200 mil ao mês e R$ 2,6 milhões ao ano.

Na última quarta-feira, o juiz da 4ª Vara Cível de Americana, Gilberto Vasconcelos Pereira Neto, indeferiu a liminar que pedia a imediata exoneração dos 38 assessores. O processo segue em tramitação.

A assessoria de imprensa da Câmara de Americana disse que ainda não recebeu notificação sobre a ação e, portanto, não teria como se manifestar. O LIBERAL não conseguiu contato com Buonamici até o fechamento desta edição.

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