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Sancetur se queixa ao MP por falta de aporte financeiro da prefeitura
Empresa alega que redução de passageiros por conta da pandemia torna serviço “economicamente inviável”
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06 de agosto de 2020, às 08h24 • Última atualização em 06 de agosto de 2020, às 09h14
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/sancetur-se-queixa-ao-mp-por-falta-de-aporte-financeiro-da-prefeitura-1276323/
A Sancetur, empresa responsável pelo transporte público de Americana, se queixou ao MP (Ministério Público) da falta de aporte financeiro por parte da prefeitura durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
A manifestação aconteceu em resposta ao promotor Ivan Carneiro Castanheiro, que apura denúncias sobre superlotação dos ônibus no período de quarentena.

O documento é do dia 23 de julho. O representante da promotoria adicionou a investigação ao inquérito civil já existente sobre o transporte público.
O serviço é operado há um ano e nove meses através de contratos emergenciais com a Sancentur, que atua na cidade como Sou Americana. O quarto vínculo emergencial foi firmado no dia 19 de março deste ano e é válido por seis meses.
A prefeitura não paga nenhum tipo de subsídio à empresa, que utiliza gratuitamente um terreno da empresa do prefeito Omar Najar (MDB) como garagem.
No documento encaminhado ao MP, a Sancetur aponta que entre os meses de abril, maio e junho, a média mensal de passageiros foi de 177 mil. Antes da pandemia, era de 754 mil, ou seja, queda de 77%.
A frota foi reduzida e o transporte suspenso aos domingos. Atualmente, apenas 27 dos 69 ônibus circulam, distribuídos em 16 linhas de segunda a sábado.
A empresa cita que houve queda de arrecadação, já que sua receita vem exclusivamente dos passageiros transportados, mas não revelou valores.
“A quantidade de usuários do sistema público de transporte coletivo despencou, tornando o serviço economicamente inviável”, traz trecho do documento.
Com a redução do número de linhas e da frota, relatos de superlotação são constantes entre os usuários, que reclamam principalmente por conta do risco de contaminação.
A Sancetur argumentou ao MP que não há “lotação além da capacidade dos veículos”, que comportam 41 passageiros de pé e 41 sentados. Como não houve aporte financeiro da prefeitura, a empresa afirma não ter a “mínima condição de alterar a frota”.
A Sancetur diz que realiza adequações “sempre que é observado o aumento da demanda” e que está tentando contornar a situação “mesmo sem o auxílio financeiro” da prefeitura.
Proprietário da Sou Americana, Marco Chedid disse ao LIBERAL que apresentou pedido formal à prefeitura por aporte econômico, mas ainda não teve resposta. Mesmo com vínculo emergencial, o empresário acredita que a prefeitura deveria auxiliar.
“É a mesma coisa, não muda nada. É um contrato. Podia ser de um ano, dois anos, seis meses. O contrato prevê equilíbrio financeiro”, afirmou Chedid.
Ivan Carneiro disse ao LIBERAL que recebeu nesta quarta uma resposta do Governo Omar sobre o caso, mas que precisaria analisar o material antes de deliberar sobre o assunto. A reportagem questionou a prefeitura, mas não houve resposta.
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