Dia Mundial do Coração
5 mitos sobre doenças cardíacas em crianças
Conceitos errôneos, desde a predisposição genética até os sintomas, dificultam o diagnóstico precoce e o início de tratamento
Por Redação
29 de setembro de 2020, às 07h37
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/bem-estar/5-mitos-sobre-doencas-cardiacas-em-criancas-1320692/
Celebrado em 29 de setembro, o Dia Mundial do Coração tem como objetivo estimular as pessoas a cuidar da saúde e a controlar os fatores de risco que podem contribuir para as doenças cardiovasculares (DCVs).
As DCVs, geralmente, são o resultado do acúmulo de vários fatores, como idade, estilo de vida, dieta e tabagismo. Mas, quando aparecem em crianças, é preciso investigar se o problema está presente desde o nascimento.

“Neste caso, chamamos as doenças de cardiopatias congênitas. O motivo é que o importante órgão portador de sangue, o coração, não se desenvolveu de maneira normal quando o bebê ainda estava dentro do útero da mãe”, esclarece a cardiologista pediatra da Doctoralia, Priscila Maruoka.
De acordo com a Federação Mundial do Coração, doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo, atingindo cerca de 17 milhões de pessoas todos os anos.
“Em crianças, o diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas é ainda mais crucial. Um defeito cardíaco não diagnosticado pode progredir e se tornar inoperável após alguns meses ou anos, dependendo do problema. Além disso, a prevenção de DCVs, como o infarto e o derrame, se inicia desde a infância, com introdução de hábitos de vida saudáveis”, explica a cardiologista.
A especialista esclarece os 5 principais mitos sobre doenças cardiovasculares em crianças:
Doenças cardíacas só acontecem com pessoas mais velhas
Mito
Embora o risco de alguns problemas cardíacos aumente com a idade, as doenças do coração podem afetar qualquer pessoa, de qualquer faixa etária. Alguns casos são congênitos e podem ser diagnosticados logo após o nascimento ou anos depois, quando causam sintomas.
Os buracos do coração se fecham à medida que a criança cresce
Mito
Também conhecido como sopro cardíaco, esse ruído produzido pelo fluxo de passagem do sangue nas estruturas do coração pode ser dividido em duas categorias: funcional (não apresenta sintomas e é comum em até 50% das crianças saudáveis) ou patológico (associado a defeitos no coração).
Grande parte não fecha e a espera pode causar danos irreversíveis aos vasos pulmonares, portanto, é imprescindível consultar um cardiologista pediátrico para analisar em qual categoria o sopro se encaixa e orientar para o tratamento correto.
O bebê pode ser operado quando ganhar peso de 10kg
Mito
A maioria das crianças com orifícios significativos no coração nunca ganhará peso suficiente até que sejam operadas. Uma criança com um grande buraco no coração, que pesa 4 kg aos cinco meses, provavelmente nunca ganhará 10 kg.
Isso se deve ao fato de o coração gastar mais energia tentando mandar sangue suficiente para o corpo todo do que a quantidade de calorias ingerida pela criança. O cirurgião cardíaco pediátrico pode operar um bebê de 2kg, se necessário.
Meu filho passou por uma cirurgia cardíaca, mas eu acho que ele será um “paciente cardiopata” para toda a vida. Ele não poderá correr, brincar e fazer outras coisas normais na infância.
Mito
Os tipos mais comuns de defeitos cardíacos, se corrigidos a tempo, não afetam a vida após a cirurgia. Embora seja essencial fazer exames periódicos, a vida segue normal, como a de qualquer outra criança.
A aterosclerose (depósito de gordura nos vasos) é uma doença que acomete somente os adultos.
Mito
Comprovadamente, a doença se inicia na infância. Normalmente, a doença não é descoberta até a adolescência (12-17 anos de idade), mas acaba colocando as crianças em risco de parada cardíaca súbita, colesterol alto e derrames. Na maioria das crianças, as alterações nas artérias são leves e podem ser reduzidas com um estilo de vida saudável.