Com as três mortes por dengue anunciadas pela prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste na última sexta-feira, a cidade atingiu em maio o seu maior número de óbitos pela doença nos últimos dez anos. Os dados são do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e foram informados pela administração municipal. Até então, entre 2013 e 2022, o único ano a atingir mais de uma morte por dengue foi o de 2015, com dois óbitos.

O número de casos também chama atenção. Mesmo sem completar o quinto mês, 2022 já tem a quarta maior quantidade de pessoas contaminadas pela doença nos últimos dez anos: 1467. À frente estão apenas os anos de 2019 (4.016 casos confirmados), 2014 (3.197) e 2015 (2.204) — mas todos contabilizados de janeiro até o mês de dezembro.

Especialistas ouvidos pelo LIBERAL afirmam que é comum os casos de dengue crescerem durante um ano e, em seguida, voltarem a cair. Em janeiro deste ano, o médico infectologista Arnaldo Gouveia explicou a situação.

“Quando um mesmo subtipo da doença fica circulando por muito tempo – e a dengue tem subtipos de 1 a 4 -, começa a ter pouco caso, porque uma parte da população exposta já teve contato com o vírus. Quando vem um novo vírus, chega também uma nova epidemia”, esclareceu o médico.

Contudo, além dos aspectos naturais da doença, o alto número de pessoas diagnosticadas também pode estar relacionado com o relaxamento de medidas preventivas, como a pouca efetividade das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, que é o transmissor da dengue.

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As três pessoas que morreram na cidade por conta da doença foram uma mulher 78 anos, que faleceu em 16 de abril; uma de 94, que veio a óbito em 1º de maio; e um homem de 88 anos, que também morreu no primeiro dia deste mês.

A prefeitura não informou em quais bairros as vítimas moravam, mas afirmou que as mortes foram notificadas pelo Hospital Unimed, que fica em Americana. Outros quatro óbitos suspeitos estão sendo investigados em Santa Bárbara e aguardam os resultados dos exames.