ESTUDOS DE DESIGN
Aceito em Harvard, barbarense busca recursos para bancar despesas
Gustavo Borges precisa de aproximadamente R$ 500 mil para iniciar sua pós na universidade
Por Rodrigo Alonso
18 de março de 2023, às 08h17 • Última atualização em 20 de março de 2023, às 09h43
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/s-barbara/aceito-em-harvard-barbarense-busca-recursos-para-bancar-despesas-1926101/
O designer gráfico barbarense Gustavo Borges, 31, como ele mesmo definiu, recebeu uma das melhores notícias de sua vida no último dia 6, quando foi aceito para uma pós-graduação em Harvard, nos Estados Unidos.
Mas há um entrave: ele precisa juntar cerca de R$ 500 mil até abril para que possa iniciar seus estudos na universidade e custear as despesas do primeiro dos dois anos de curso. Caso contrário, não conseguirá sequer tirar o visto.
“Dia 1º de maio tenho de estar com o dinheiro na conta, com todos os documentos preenchidos, para eu mandar para Harvard, para eles emitirem um documento que você leva para poder tirar o visto”, diz.
Gustavo, então, tem entrado em contato com instituições que oferecem bolsas para brasileiros aprovados em universidades estrangeiras. Paralelamente, como ainda não teve um retorno positivo, também realiza uma vaquinha online.
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“É mais como um segundo plano. O plano principal mesmo é que a movimentação na internet chegue até alguma instituição que me ajude”, afirma.
No entanto, esse “segundo plano” superou as expectativas do barbarense, que, até o início da noite desta sexta, havia arrecadado R$ 11,5 mil.
A campanha começou na quinta, no site da Benfeitoria, com o nome “Você pode me ajudar a estudar em Harvard”. O link direto é benfeitoria.com/projeto/vocepodemeajudaraestudaremharvard. “Já tinha dado R$ 10 mil antes de 24 horas. Eu nunca imaginei.”
P´os-graduação
A pós-graduação é dentro da GSD (sigla em inglês para Escola de Graduação de Design). As aulas começam em agosto deste ano. Gustavo vai cursar uma disciplina chamada Estudos do Design, com foco no público.
Sua pesquisa terá como objetivo combater o apagamento das contribuições trazidas ou produzidas por africanos e negros brasileiros para o design no País.
“Dentro da faculdade de design, a gente não aprende sobre a influência dos povos africanos e a influência da comunidade negra para o design no Brasil”, critica.
Ele disse que também pretende levar esse tema para as salas de aula no Brasil. “Quando eu voltar para o Brasil, a ideia é que isso se torne uma disciplina, para ser ensinada dentro das universidades, até como uma forma de deixar a comunidade negra mais a par da colaboração que ela teve com o Brasil”.
Contudo, antes, o barbarense precisará superar o obstáculo financeiro. “A única coisa que posso fazer é realmente acreditar que, em algum momento, vai aparecer ou um investidor particular, como pessoa mesmo, ou uma fundação, uma instituição que vai me ajudar nesse processo”.