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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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Santa Bárbara

Dois anos após desaparecimento, irmãos de Santa Bárbara se reencontram

José Benedito da Cruz estava em uma região de Santa Catarina distante mais de 700 km de Santa Bárbara

Por Ana Carolina Leal

22 de março de 2023, às 07h13 • Última atualização em 22 de março de 2023, às 07h14

Prestes a completar 50 anos em 31 de março, o morador de Santa Bárbara d’Oeste, do Jardim Europa, José Benedito da Cruz, foi presenteado com o reencontro com os irmãos Paulo e Marcelo, de 57 e 46 anos, respectivamente, após cerca de dois anos desaparecido.

José estava internado na Fundação Hospitalar de Três Barras, cidade em Santa Catarina. No último sábado, dia 18, o irmão mais velho dele, o pedreiro Paulo da Cruz, foi ao seu encontro. O transporte foi viabilizado pela Prefeitura de Santa Bárbara.

“Meu irmão tem esquizofrenia, então ele sempre sumia por dois ou três dias, inclusive de clínicas, mas nunca havia desaparecido”, comenta Paulo. De acordo com ele, dois meses após o sumiço de José, a mãe deles morreu, mas antes pediu ao filho mais velho que não desistisse de procurar pelo irmão e que cuidasse dele.

Marcelo, José Benedito (centro) e Paulo se emocionaram em reencontro – Foto: Junior Guarnieri / LIBERAL

O reencontro, segundo Paulo, foi “bonito”. “Estávamos com saudade, preocupados. Temos mais irmãos, mas nós três [refere-se a José e Marcelo] sempre fomos muito unidos, desde criança”. A família tentou localizar o parente por meio de publicações na internet e registro de ocorrência na delegacia, mas não teve sucesso.

O reencontro só foi possível depois que o hospital onde José estava internado conseguiu, com ajuda de um profissional que visitou a instituição, lançar a foto do morador em um site especializado em reconhecimento facial.

“Uma das nossas técnicas de enfermagem localizou a imagem em um jornal de Santa Bárbara. Na matéria, que fala do desaparecimento dele, havia o contato de familiares. Liguei para um dos irmãos, o Marcelo, e ele, muito emocionado, tinha certeza que era o irmão só pelas descrições”, recorda Bruna Najla de Lima Miranda, assistente social da Fundação Hospitalar de Três Barras.

Depois de confirmar tratar-se mesmo do irmão por meio de um vídeo enviado pela assistente social, ambos se reconheceram em uma chamada de vídeo. “Foi uma emoção muito grande, uma história que nos desafiou enquanto profissional, mas que trouxe um aprendizado enorme, principalmente como ser humano”, se emocionou Bruna em entrevista ao LIBERAL.

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Antes, porém, de parar na Fundação Hospitalar de Três Barras, para onde foi levado após ter uma crise em uma casa de passagem na cidade vizinha, Canoinhas, José morou por nove meses na casa da secretária de Assistência Social do município de Bela Vista do Toldo, Maria de Fátima Damaso Kessin.

Ela afirma que recebeu uma ligação em 21 de março de 2022 dizendo que havia um homem caído em frente a um supermercado, bastante ferido e com febre. A cidade só tem 3,5 mil habitantes.

“Chamamos o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], o levamos para o hospital e sem ter para onde levá-lo, o acolhi. Fiz o que fizeram pelo meu filho, que é especial, quando ele se perdeu.”

A secretária teve o apoio do marido e dos filhos – ela tem mais três meninas. Depois de nove meses e 21 resgastes – José fugia e a família o trazia de volta -, a secretária diz que o deixou em uma instituição porque viajaria. Meses depois, ele reencontrou a família.

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