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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Cultura na região

A ligação de Rita Lee para a Redação do LIBERAL; autobiografia cita a região

Cantora concedeu entrevista ao jornal sobre sua ligação com a região

Por Marina Zanaki

10 de maio de 2023, às 09h40 • Última atualização em 10 de maio de 2023, às 10h36

Rita Lee no lançamento da sua autobiografia, obra em que cita Americana - Foto: Gabriela Biló - Estadão Conteúdo - 26.11.2016

A cantora Rita Lee, que faleceu nesta segunda-feira (8), ligou para a Redação do LIBERAL. O fato aconteceu entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000, quando a artista havia sido procurada pelo jornalista e professor universitário Marcos Brogna, na época um repórter recém-formado.

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Ele havia pedido uma entrevista para uma reportagem especial justamente sobre a ligação da cantora com a região. Marcos Brogna havia apurado informações com Marina Jones, prima da cantora, mas também tentou com a assessoria de Rita Lee uma entrevista direta.

A resposta foi positiva, mas ele deveria enviar as perguntas por e-mail.

Os dias passaram e o prazo para entregar a reportagem se aproximava. Marcos então insistiu e enviou as perguntas novamente, mas o retorno inesperado veio por telefone. “Um dia cheguei na redação e me disseram que a Rita Lee estava na linha para falar comigo. Achei que estavam me zoando, mas eu atendi e ela perguntou se era o Marcos. Confirmei e ela me xingou, mandou tomar naquele lugar, soltou um palavrão”, recorda Marcos.

“Ela disse ‘você encheu minha caixa de e-mails com as perguntas, mas eu já respondi. Estou te ligando porque quero te mandar as respostas, eu já fiz e quero saber como chegar até você’”, lembra o jornalista. “Falei ‘Rita obrigado por me xingar, eu adorei falar com você’. Ela riu, foi muito bem-humorada e atenciosa. Você nunca espera receber a ligação de uma celebridade, a gente que vai atrás delas. Mas ela ligou na redação e falou palavrão, foi inesquecível”, completa o jornalista.

Na entrevista, enviada para um outro e-mail fornecido por Marcos, Rita Lee contava a relação com a cidade. “Era uma descendente de confederados, mas era tão diferente, então se dizia a ovelha negra da família. Uma mulher emancipada em um grupo super conservador”, recorda Marcos.

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Participação em festa confederada

Em sua autobiografia, publicada em 2016 pela Editora Globo, a cantora conta que participava da Festa dos Confederados que acontecia em Santa Bárbara – contudo, ela cita como um evento em Americana.

“De dois em dois anos, íamos a Americana participar de um evento pra lá de surreal, em que os descendentes das famílias americanas sulistas se reuniam para um piquenique no cemitério particular deles, não muito longe da cidade (…).

O mais sensacional de tudo era que todos os participantes da Reunião do Campo, homens, mulheres e crianças, deveriam ir vestidos a caráter, ou seja, com figurinos confederados da época da guerra. Alguém menos avisado que passasse por lá pensaria se tratar de um episódio da série ‘Além da Imaginação’. E tudo isso acontecia entre os túmulos com o símbolo da régua e compasso, que eu achava tratar-se do material escolar dos mortos. Crescer sendo brasileira entre americanos protestantes/maçons e italianos ultracatólicos me deu uma panorâmica existencial de valores e bizarrices”, escreveu Rita Lee.

Na mesma passagem, a cantora chega a citar um jornal “The Liberal”, que seria uma fonte de informações da comunidade confederada. Como não havia outro jornal com o nome “Liberal” na época e o livro foi escrito principalmente com base nas memórias de Rita Lee e com algumas imprecisões, é possível que o suposto jornal da comunidade confederada seja uma menção ao LIBERAL.

Uma nova autobiografia da autora será lançada no final de maio, e a reportagem do LIBERAL tentou uma nova entrevista com a cantora em março, através da Editora Globo, sem sucesso. A artista se mantinha distante das entrevistas há anos.

De Bárbara a Rita

Rita Lee Jones de Carvalho quase se chamou Bárbara. O nome foi cogitado pelo pai da cantora, o dentista Charles Fenley Jones, pois ele havia nascido em Santa Bárbara d’Oeste. A história foi lembrada pela cantora em uma entrevista.

Segundo Rita Lee, a mãe Romilda Padula, descendente de imigrantes italianos estabelecidos em Rio Claro, era muito católica e contou que Bárbara era o nome de uma santa virgem e mártir.

O pai então decidiu mudar para Rita. “Ele disse que era nome de santa também, mas essa casou, teve filhos”, recordou a cantora na ocasião.

Colaborou João Colosalle 

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