25 de abril de 2024

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Manifestações - 10 anos depois

Junho de 2013, dez anos: como foram os atos de protesto na região

Como os protestos realizados na época afetaram e influenciaram Americana e cidades da região

Por Ana Carolina Leal

18 de junho de 2023, às 09h25 • Última atualização em 19 de junho de 2023, às 10h03

Há 10 anos, São Paulo foi tomada por uma onda de protestos movida, inicialmente, contra o aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus. O movimento, no entanto, escalou para atos de grande dimensão em todo o Brasil, chegando à RPT (Região do Polo Têxtil) em 20 de junho de 2013.

Além das insatisfações contra as passagens do transporte público, a pauta de reivindicações passou a incluir saúde e educação de qualidades, combate à corrupção e menos impostos.

Americana teve passeata pacífica durante as manifestações de junho de 2013 – Foto: João Carlos Nascimento / Liberal 20.6.2013

Em Americana, uma multidão estimada entre 15 mil e 30 mil pessoas tomou as ruas da cidade, motivada por questões diversas, mas principalmente contra a corrupção no País e a gestão do então prefeito do município, Diego De Nadai, na época filiado ao PSDB.

Leia mais sobre o assunto
Movimento surgiu nas redes sociais e sofreu represálias em Americana
Virada nos atos veio após depredações e violência policial na capital paulista

As reclamações eram sobre buracos nas ruas, atrasos nas reformas do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi e do Teatro Municipal, entre outros. Nos prédios, moradores acenavam com panos brancos, bandeiras do Brasil e luzes.

Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

“Era um movimento desorganizado, estimulado pelas redes sociais, mas sem uma liderança específica. A gente, enquanto imprensa, no começo das manifestações, tinha dificuldade de encontrar lideranças do movimento, porque realmente não tinha. Até diante dessa necessidade de ter que entrevistar alguém, surgiu a figura do Denis Carvalho e daí foi se configurando o movimento social Pula Catraca”, recorda a jornalista Aline Macário, que na época cobriu os protestos pelo LIBERAL.

Para o roteirista Denis Carvalho, hoje com 37 anos, o movimento Pula Catraca, em Americana, plantou uma semente. Chamou para a rua uma nova geração de pessoas insatisfeitas e outras que já estavam na luta há tempos.

Siga o LIBERAL no Instagram e fique por dentro do noticiário de Americana e região.

“Os conflitos entre as pautas nacionais e as locais aproximaram uns e afastaram outros. Foi escola e transformou as ruas e praças da cidade em ponto de encontro de grandes discussões que permanecem até hoje. Lideranças foram formadas e uma nova camada de discussão popular sobre os interesses da cidade foi adicionada. Isso permanece e não tem mais volta”, afirmou Denis, em conversa com o LIBERAL.

Além de Americana, os protestos chegaram também em Santa Bárbara d’Oeste, que registrou passeata por conta da insatisfação com o sistema do transporte público e a deficiência no atendimento da saúde. Em Nova Odessa, mais de 500 pessoas também foram às ruas. O mesmo aconteceu em Hortolândia e em Sumaré, que teve o prédio da câmara depredado por vândalos na noite de 25 de junho.

Na época, o país era presidido por Dilma Rousseff (PT), que ainda tinha considerável grau de aprovação popular. A partir daquele mês, porém, um novo ciclo político se iniciaria. O Brasil viveu a escalada da operação Lava Jato, o impeachment da petista, a eleição de Jair Bolsonaro (PL) e o fortalecimento de movimentos antidemocráticos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em janeiro.

“Podemos entender 2013 como um desabafo da população que não tem seus direitos garantidos plenamente em nenhum dos seus âmbitos, fora toda desmoralização da política. Por isso, que entre tantos outros nomes, o mais adequado no meu ponto de vista é que junho de 2013 seja visto como uma expressão na crise de representatividade no sistema político brasileiro”, opina Otávio Catelano, pesquisador de doutorado em Ciência Política da Unicamp. 

Fãs de literatura têm espaço reservado no LIBERAL

Publicidade