25 de abril de 2024

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Americana

Defensoria rejeita pedido de assassino da família Tempesta por revisão de sentença

De dentro da prisão, Celso Pereira de Assis fez um apelo ao Tribunal de Justiça para ter o caso reanalisado; crime ocorreu em 2009

Por Walter Duarte

04 de julho de 2023, às 08h20 • Última atualização em 04 de julho de 2023, às 12h52

Robson e Ana Paula e suas filhas foram mortos de maneira cruel - Foto: Arquivo Liberal

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo rejeitou um pedido do mecânico Celso Pereira de Assis – condenado a 71 anos de prisão pela chacina da Família Tempesta, em Americana – para ter o caso reanalisado pela Justiça. De dentro da prisão, ele solicitou ao Tribunal de Justiça a abertura de um procedimento de “Revisão Criminal”, um tipo de recurso contra condenações já transitadas em julgado, ou seja, em que não é mais possível apelar para outras instâncias do judiciário.

Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Robson e Ana Paula Tempesta e suas filhas, Camila de 8 anos e Laura de apenas um ano e meio, foram mortos em 2009 por conta de uma dívida com o réu (leia mais abaixo), que consertava carros modelo “big foot” para apresentações promovidas pela empresa do casal.

No Tribunal do Júri e na apelação após a sentença, o acusado não negou os crimes. Sua tese de defesa era a insanidade. Se fosse acolhida a defesa, ele seria mandado para um manicômio judiciário em vez de uma penitenciária.

Atualmente, Celso cumpre seus 71 anos de prisão em regime fechado no complexo penal de Andradina, na região de Araçatuba.

Após a confirmação da condenação, ele escreveu de próprio punho um requerimento para abertura da revisão criminal. Esse pedido chegou ao TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) em março de 2021, que solicitou um parecer da Defensoria.

Por lei, esse recurso pode ser apresentado nos casos em que a decisão for proferida “contra texto expresso de lei”, quando a sentença estiver baseada em “depoimentos ou documentos comprovadamente falsos” ou com base em novas provas que apontem para a “inocência do sentenciado.”

Em parecer apresentado ao TJSP há duas semanas, o órgão concluiu que o caso do assassino da família Tempesta não preenche esses requisitos.

O mecânico Celso Pereira de Assis, durante julgamento da chacina da família Tempesta, em Piracicaba, em junho de 2018 – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

“O caso chegou até a Defensoria Pública por meio do Tribunal de Justiça, após pedido expresso do sentenciado. Não podemos fornecer mais informações, uma vez que não temos autorização do usuário para comentar o caso”, diz a nota encaminhada ao LIBERAL.

Celso de Assis não foi o único condenado pela chacina da família Tempesta. A namorada dele na época do crime, Fabiane Pinheiro, e o colega de trabalho Bruno Palumbo foram julgados como cúmplices e condenados, respectivamente, a 24 e 16 anos de prisão.

“No caso concreto, o nobre Defensor (que não estava obrigado a arrazoar pleito sem lastro em dado fático-jurídico concreto e razoável), entendeu que não estavam presentes quaisquer dos requisitos taxativos, de sorte que o pedido não reúne condições mínimas para processamento. Por conta disso, indefiro o processamento do pleito revisional”, decidiu o desembargador Francisco José Galvão Bruno, com base na manifestação.

Siga o LIBERAL no Instagram e fique por dentro do noticiário de Americana e região.

Crime é visto como o pior da história de Americana

A morte dos quatro integrantes da família Tempesta entrou para a história como um dos piores e mais cruéis crimes da história de Americana.

Segundo o processo, Celso e Bruno trabalhavam para Robson e Ana Paulo, e estariam com salários atrasados.

De acordo com o processo, Celso teria dito ao colega que iria até a casa onde o casal morava, no bairro Jardim Santana, “conseguir um vale” para os dois. No local, os dois foram mortos com tiros à queima roupa e as duas crianças sequestradas e levadas até a casa de Fabiane, em Campinas. Lá, Laura e Camilia foram mortas por asfixia.

De acordo com a perícia, Celso teria usado um par de abraçadeiras para enforcá-las. Os corpos foram abandonados em uma galeria de água às margens da Rodovia do Açúcar (SP-308).

Publicidade