Cotidiano
PF prende ex-bombeiro em operação sobre assassinato de Marielle e Anderson
Segundo a PF, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão
Por Agência Estado / Agência Brasil
24 de julho de 2023, às 10h51 • Última atualização em 24 de julho de 2023, às 11h48
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/brasil-e-mundo/brasil/operacao-que-apura-morte-de-marielle-prende-no-rio-ex-bombeiro-1993571/
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, 24, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, no bojo da primeira etapa ostensiva da investigação da corporação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. O investigado foi capturado em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, por agentes da Operação Élpis.
A prisão se dá após a investigação ser abastecida com a delação de um dos réus pelos homicídios, o ex-PM Élcio Queiroz. Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, o ex-policial confirmou sua participação no assassinato, assim como a de Ronnie Lessa (outro PM já réu no caso) e revelou a participação de Maxwell no crime.
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Maxell teria participado de ações de vigilância e acompanhamento de Marielle, dando apoio logístico de integração com os demais investigados. O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve papel importante no caso, tanto antes como depois. O preso nesta manhã teria ajudado na ocultação de provas – o carro usado no crime foi picado.
Maxwell já havia sido preso por suposto envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. Em 2020, foi detido sob acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, condenado em razão das mesmas imputações. O ex-bombeiro teria ajudado a ocultar as armas de um dos acusados dos assassinatos da vereadora e do motorista.
Agentes ainda vasculham sete endereços no Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital fluminense.
A ação se dá no âmbito de inquérito aberto em fevereiro, após requisição do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A investigação conduzida pela PF se dá em parceria com as autoridades fluminenses.
À época em que o inquérito foi aberto, a PF informou que investigaria “todas as circunstâncias” do crime. A portaria de instauração da investigação destacou que é atribuição da corporação “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme”.
O assassinato de Marielle e Gomes ocorreu em 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora sobreviveu ao atentado. Dois ex-policiais estão presos – Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor; e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes.
Repercussão
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, postou mensagem no seu perfil do Twitter em que reafirma a confiança nas investigações. “Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e com o diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há cinco anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”, questionou mais uma vez.
Também no Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Púbica, Flávio Dino, publicou mensagem sobre a operação da PF e do MPRJ. “Hoje, a Polícia Federal e o Ministério Público avançaram na investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão”, disse ele.
Na mesma rede social, o presidente da Embratur Brasil, Marcelo Freixo, considerou mais um passo importante para a solução dos assassinatos. “Quem mandou matar Marielle? Mais um passo importante da @policiafederal para identificar os mandantes do crime. Marielle e eu trabalhamos juntos desde 2006 e sempre enfrentamos a máfia assassina que comanda o RJ. Por isso, apontar os autores desse crime político é crucial para reconstruirmos nosso Estado”, finalizou.
COM A PALAVRA, SUEL
A reportagem busca contato com o ex-bombeiro preso. O espaço está aberto para manifestações.