CULTURA
Longa-metragem dirigido e roteirizado por americanense vence festival francês
“Sofia Foi”, de Pedro Geraldo, foi premiado como melhor filme de diretor estreante
Por Stela Pires
02 de agosto de 2023, às 08h33
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cultura/cultura-na-regiao/longa-metragem-dirigido-e-roteirizado-por-americanense-vence-festival-frances-1995116/
O longa-metragem “Sofia Foi”, dirigido e roteirizado pelo americanense Pedro Geraldo, ganhou o título de melhor filme de diretor estreante no festival francês FID (International Film Festival) Marseille, em Marselha. O filme foi o único brasileiro a concorrer na premiação neste ano.
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“Sofia Foi” é um híbrido entre ficção e documentário que acompanha Sofia, uma jovem tatuadora de 23 anos, durante uma madrugada em que passa à deriva no campus da USP (Universidade de São Paulo) após ter sido desalojada da casa onde morava.
De acordo com Pedro, a mistura entre os gêneros aconteceu a partir da vivência real de Sofia – como o fato de ela ter estudado na USP, ser tatuadora e estar em um momento de vulnerabilidade de moradia – combinada com a narrativa ficcional de que algo aconteceria naquela noite.
“Muito do que foi filmado partia de uma abordagem de documentário, roteiro, a câmera ligada o tempo todo, registrando o que acontecia, sem muito controle, e houve momentos em que a gente encenou situações, ficcionalizou o que seria essa noite da Sofia. Então, na edição, a gente foi misturando as diferentes abordagens”, contou.
A premiação do filme pelo FID Marseille foi inesperada para Pedro, que teve diversas surpresas desde a indicação do filme. Foi o único brasileiro no festival deste ano, o que acabou influenciando no sentimento de responsabilidade do diretor por estar representando o Brasil.

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A equipe que produziu o Sofia Foi estava presente despretensiosamente na cerimônia em Marselha apenas para prestigiar os prêmios e, quando o anúncio do ganhador da categoria em que concorriam começou, sentiram que aquelas palavras poderiam ser sobre o longa.
“A gente conseguia relacionar com o nosso filme, então foi muito emocionante estar lá e poder receber esse prêmio”, disse. A premiação aconteceu no último dia 9.
O resultado do filme premiado advém dos esforços do americanense, que se mudou em 2012 para a Capital Paulista a fim de estudar cinema, em parceria com Sofia Tomic, que, além de protagonizar o longa, também assina o roteiro junto a Pedro.
Por muitos momentos, as filmagens foram realizadas sem nenhuma equipe no set além dos dois, com o diretor operando câmera e som simultaneamente. “Pela falta de recursos as filmagens tiveram que ser concentradas na minha participação e da Sofia, e isso está longe do ideal, fazer filmes é um trabalho bastante duro. Eu espero que nos próximos projetos a gente possa ter mais recursos para trabalhar com uma estrutura melhor”, disse.
A equipe só foi reforçada na segunda etapa de produção. Apesar disso, de acordo com Geraldo, o resultado foi um filme íntimo e profundo.
Agora, o próximo passo que pretendem dar com o longa é levá-lo para festivais ao redor do mundo e também no Brasil, atingindo o público daqui.
Depois da exibição em festivais, a ideia é procurar um distribuidora de filmes que tenha interesse no longa, para que assim Sofia Foi possa chegar às telonas – um caminho difícil, mas que é o sonho de qualquer cineasta.
“Eu espero que isso aconteça e que muitas pessoas, principalmente no Brasil, possam ver Sofia Foi e de alguma forma se relacionar com a história que a gente quer contar”.