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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Cidades

Ameaças de ataques em escolas não devem ser ignoradas, dizem especialistas

Nesta semana, duas unidades de ensino em Santa Bárbara e Sumaré foram alvos de ameaças de um possível massacre pelas redes sociais

Por Ana Carolina Leal

06 de abril de 2023, às 08h10 • Última atualização em 06 de abril de 2023, às 08h11

Nesta quarta uma creche particular em Blumenau (SC) foi alvo de ataque que deixou quatro crianças mortas - Foto: Denner Ovidio - Futura Press - EC

Duas escolas estaduais na região receberam, nesta semana, ameaças de ataques. Uma delas fica em Santa Bárbara d’Oeste e a outra em Sumaré. Em ambas as situações, mensagens divulgadas em redes sociais e compartilhadas em grupos por estudantes fazem menção de um possível massacre.

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Especialistas afirmam que toda e qualquer ameaça deve ser levada em consideração. Eles também defendem o reforço da segurança e aconselham as unidades a aprimorarem os canais de comunicação para melhor acolher os alunos.

Nesta quarta, uma creche particular foi alvo de um ataque em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Quatro crianças com idades entre 4 e 7 anos foram mortas e cinco ficaram feridas. O crime ocorreu menos de 10 dias após uma escola em São Paulo ser alvo de um aluno que matou a professora com golpes de faca e deixou outras três feridas, além de um estudante.

Desde 2002, foram registrados 22 ataques em escolas no Brasil, sendo que nove ocorreram entre o 2º semestre do ano passado e março deste ano, aponta pesquisa do IdEA (Instituto de Estudos Avançados) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ainda em andamento.

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Em Santa Bárbara, a direção da Escola Estadual Juvelina de Oliveira Rodrigues, no Jardim Paulista, foi procurada por um aluno do ensino fundamental, que mostrou uma conversa de um desconhecido em uma rede social, fazendo menção de que estaria pensando em fazer um massacre no colégio, em 13 de abril. Já em Sumaré, foram veiculadas nas redes sociais e em grupos de WhatsApps ameaças de um possível ataque na Escola Estadual Solange Maura Albino, no Jardim Minezotta.

A Secretaria de Estado de Educação afirmou que as unidades já tomaram todas as medidas de segurança, incluindo o registro da ocorrência, acionaram a ronda escolar e têm conversado com a comunidade para explicar que estão cientes das ameaças e atentas.

Doutora em Educação e pesquisadora do Gepem (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral) da Unesp-Unicamp, Flávia Vivaldi defende que as escolas abram círculos de diálogos para conversar sobre esses ataques e saber como os estudantes enxergam esses crimes, inclusive, orientando-os como podem denunciar.

“E sobretudo, abrir um debate sobre a importância de não se brincar com esse tema de fazer ameaça, porque isso é muito grave, pode ser um gatilho para pessoas que são predispostas a essa postura”, afirma.

Para a advogada Cleo Garcia, especialista em Justiça Restaurativa e uma das coordenadoras do estudo sobre ataques em escolas pelo IdEA, nenhum tipo de ameaça deve ser desprezada. “Todas precisam ser olhadas com cuidado porque podem ou não ter um fundo de verdade e não temos como ter certeza. Nossos estudos mostram que esse tipo de atitude demonstra que a pessoa necessita de um reconhecimento.”

Psicóloga especialista em psicologia criminal, Erika Penha acrescenta a necessidade de reforçar a segurança. “Não é gerar pânico, mas infelizmente pode acontecer. O efeito contágio [termo baseado em pesquisas que apontam estímulo a casos semelhantes quando a mídia repercute um massacre] existe e não deve ser ignorado”.

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