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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Americana

Anvisa determina que respiradores sejam recolhidos

Órgão identificou que a fabricação dos aparelhos da mesma marca comprada pelo HM está em desacordo com requisitos legais

Por Marina Zanaki

20 de agosto de 2021, às 07h59 • Última atualização em 03 de outubro de 2021, às 07h47

Equipamentos foram comprados em Americana com recurso da CM - Foto: Divulgação - Prefeitura de Americana

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a fabricação, distribuição e uso em território nacional dos respiradores Ventmed. Essa é a marca dos 12 aparelhos comprados para atendimento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, e que foram alvo de denúncias de funcionários. A agência federal também determinou o recolhimento de todos os lotes comercializados desde o dia 3 de setembro do ano passado.

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A medida foi adotada após a agência constatar que a fabricação está em desacordo com requisitos legais de segurança e qualidade, “acarretando risco sanitário aos pacientes submetidos ao uso, pelo risco de falhas graves durante seu funcionamento e em desacordo com o informado no registro junto à Anvisa”. A portaria foi publicada no final de julho.

A apuração do órgão federal está ligada à investigação do Ministério Público de Americana. A Secretaria de Saúde de Americana também disse que, assim que identificou falhas nos equipamentos, lacrou os aparelhos e comunicou o fato à Anvisa.

“A instauração desse inquérito civil já teve esse resultado bem favorável pela suspensão da utilização de todos os aparelhos em território nacional e o recolhimento deles. Mas antes do recolhimento, quero que se faça a perícia”, explicou o promotor Clovis Cardoso de Siqueira sobre o tema.

O número total de aparelhos distribuídos pelo Brasil não foi informado pela Anvisa, que alegou sigilo no processo. A fabricante World Life informou que produziu 140 ventiladores, mas como não é a responsável pela venda, não saberia indicar quantos foram comercializados.

A advogada da empresa que detém a marca Ventmed, chamada Intology, foi procurada para comentar sobre a determinação, mas não respondeu.

Os aparelhos usados em Americana foram recolhidos após laudo preliminar indicar problemas em um dos equipamentos.

As investigações do MP e da Secretaria de Saúde tiveram início após funcionários denunciarem que os ventiladores não eram adequados para pacientes complexos.

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CONTESTAÇÃO. Advogado da fabricante World Life, Victor Hugo de Oliveira Abreu informou que entrou com mandato de segurança contra a determinação da Anvisa.

“Passamos por auditoria da Anvisa aqui dentro e no momento da vistoria não recebemos nenhuma notificação. A legislação determina que, uma vez encontrada infração a qualquer norma, ligada a esse meio, deve ser lavrado auto de infração e notificada a empresa. Não recebemos nada, e por isso mesmo a cautelar foi uma surpresa”, declarou o advogado.

Abreu ainda afirmou que a fabricante não foi autorizada a oferecer suporte técnico a eventual falha no equipamento, já que eles já se encontravam retidos para perícia do MP.

A Avante, que comercializou os respiradores à Prefeitura de Americana, disse que está colaborando com o Ministério Público para a melhor resolução do caso. “A Avante não detém competência para tecer comentários ou análises pertinentes à funcionalidade dos respiradores que se encontram em garantia contratual, visto que não detém as licenças”, finalizou.

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