A aplicação da segunda dose da vacina contra o coronavírus (Covid-19) da AstraZeneca no SAE (Serviço de Assistência Especializada em DST/HIV/AIDS) de Americana gerou confusão na tarde desta segunda-feira (23).

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Com a primeira dose aplicada no início de junho, a 2ª estava marcada para esta segunda-feira, dia 23 de agosto, mas, ao chegar no SAE, os pacientes não conseguiram se vacinar.

“Tinham mais ou menos 27 pessoas aguardando. Enquanto eu pegava minha medicação na farmácia, eu escutei as enfermeiras conversando que tinham feito algo de errado. Só tinham 10 doses no local”, conta o paciente, de 34 anos, que preferiu não ser identificado.

Segundo ele, havia ligado diversas vezes perguntando se a 2ª dose seria aplicada mesmo na data do cartão, e todas as vezes foi informado que seria. “Antes de sair de casa liguei novamente e me disseram que poderia ir a partir das 13h”.

Enquanto aguardavam ser chamados para aplicação, uma enfermeira pediu a carteirinha de todos. Como acharam que o pedido seria para agilizar o atendimento, entregaram. O paciente disse que as enfermeiras refizeram a carteira dele mudando a data da segunda dose, a aplicadora e o local da vacinação, já que não batia com o site do governo.

“Dessas 27 pessoas que estavam lá, somente eu e mais três fomos chamados para uma sala. Lá, duas enfermeiras disseram que a nossa data – para segunda dose – estava incorreta”, contou. Nessa sala, foi informado aos pacientes que teriam que voltar posteriormente para tomarem a segunda dose, porque o SAE não tinha a quantidade de doses o suficiente para aplicar em todos que estavam aguardando.

“Eu disse que não tenho dinheiro para ficar indo [ao SAE], ou eu como ou vou. Foi quando a mulher bateu a mão na mesa e disse que não poderia fazer nada, ou a gente volta para tomar dia 25 ou a gente agenda como qualquer outra pessoa para tomar. Só que não temos um papel que comprove a nossa comorbidade”, explicou.

Questionado, o SAE informou que dois pacientes HIV positivo foram vacinados no local no dia 2 de junho e, infelizmente, houve um erro na informação da data ao retorno para a segunda dose.

De acordo com o documento Técnico do Ministério da Saúde, atualizado em 16 de agosto, o intervalo mínimo entre as doses é de 12 semanas, sendo proibido o adiantamento seja por qualquer motivo. Nesse caso, o intervalo mínimo desses dois pacientes seria para o dia 25 de agosto, e não no dia 23, informado erroneamente.

O setor esclareceu que, por motivo de sigilo e preservação do diagnóstico do paciente, o registro é feito pelo CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde) de outra unidade de saúde. Por essa razão não “aparece” que a vacina foi aplicada no SAE. Também não há troca de carteira, mas sim uma segunda via.

Nesta segunda-feira (23) foram vacinados 25 pacientes com a segunda dose.

A vacinação neste setor é realizada por livre demanda dos pacientes que fazem tratamento para HIV, portanto, não é agendada, pois o setor recebe as doses diariamente da Vigilância Epidemiológica, conforme a demanda do dia. Portanto, não houve falta de vacina, conforme alegado.