Americana, 147 anos
Brasão de armas carrega a trajetória do município
Feito especialmente para Americana, ele está na quarta versão; conheça seus símbolos
Por Stela Pires*
27 de agosto de 2022, às 08h27
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Hoje Americana completa 147 anos de existência e sua história é contada pelo brasão do município. No decorrer do tempo, a cidade já teve outros três brasões e, atualmente, está no quarto.
Um brasão, ou brasão de armas, é um conjunto de elementos que formam um desenho que é especificamente criado para identificar famílias, clãs, corporações, regiões, nações e, neste caso, uma cidade.
O atual brasão de armas do município foi instituído em abril de 1998, pelo então prefeito municipal Dr. Waldemar Tebaldi, e foi resultado de um estudo realizado por uma comissão de americanenses. O processo desde a nomeação da comissão até a instituição do símbolo durou cerca de cinco anos.
“O brasão de armas, na realidade, representa o seu povo em um dado momento histórico”, explicou a historiadora e escritora Suzete Volpato.
Cada detalhe do brasão faz referência a um momento histórico vivido por americanenses e ao desenvolvimento da cidade. Os dizeres em latim “Ex Labore Dulcedo” estampados no listel do brasão, significam “Do trabalho vem a doçura” e remetem ao que seria o denominador comum dos munícipes, que objetivam o bem através do trabalho.
De acordo com a historiadora, o atual brasão de armas do município representa as várias imigrações que formaram o povo de Americana, representando a “grande maioria” e também as mais representativas atividades econômicas da cidade.
Estampado no topo do escudo ibérico com goles (esmalte vermelho que nos brasões representa valor, coragem e ânimo bélico) está a Cruz Tau, fazendo referência ao padroeiro da cidade, o Santo Antônio. No centro do escudo, representando o trabalho de todas as colônias que construíram a cidade, está uma colmeia e duas abelhas.
Ao lado esquerdo da colmeia está um arado, que representa a colaboração dos norte-americanos no município. Do outro lado, à direita, a roca simboliza s raiz de Americana, que é a atividade têxtil. As duas imagens são representadas em ouro.
Os machados cruzados, abaixo da colmeia, fazem referência à fazenda que deu origem ao primeiro núcleo urbano, que resultou na cidade. Nas laterais do escudo, representando as primeiras plantações do município, é possível ver de um lado um galho de café frutificado e, do outro, uma haste de algodão florido. *Estagiária sob supervisão de Guilherme Magnin.
A transformação do símbolo através de décadas de histórias
De acordo com a administração da cidade, o primeiro brasão de Americana não tem uma data exata para sua instituição, mas acredita-se que ele tinha sido adotado após a emancipação político-administrativa do município, que aconteceu em 12 de novembro de 1925.
O pioneiro dos brasões de arma do município foi idealizado pelo pároco da antiga matriz de Santo Antônio, o Padre Victor Randuá, entre 1923 e 1927. Segundo registros da prefeitura, o religioso conhecia a heráldica, que é a arte dos brasões.
Deste surgiu a frase que todos os brasões sucessores carregam: “Ex Labore Dulcedo”. Além do listel, os símbolos que estavam no primeiro brasão do município e que permanecem até hoje são os ramos de café e algodão e a colmeia, que antes era representada com um enxame de abelhas.
A primeira versão do brasão de armas da cidade foi utilizada até setembro de 1965. O segundo brasão veio logo em seguida.
A segunda versão perde o símbolo das primeiras plantações presentes no município e, no lugar, ganham espaço um conical firmado em haste e uma lançadeira. Segundo registros da Prefeitura de Americana, o brasão representou a fase industrial do município.
Já na terceira versão do brasão de armas, o espaço ocupado hoje pelos ramos de café e algodão mais uma vez sofreu mudanças. No local estão dois integrantes da Guarda Nacional do Império.
A imagem dos dois homens remetem às figuras importantes do município, que recepcionaram Dom Pedro II e sua comissão na inauguração da estação ferroviária, em 1875, considerado o ponto de partida para o progresso do município.
Segundo Suzete, o 3º brasão de Americana foi polêmico. “As cores remetem aos Estados Unidos, é muito representativo para a imigração norte-americana, então houve todo um levante, um questionamento de alguns ex-cariobenses”, disse.
Na época foi formada uma comissão que pleiteava a inclusão de outras imigrações, como a italiana, que foi muito presente no desenvolvimento da cidade.
Brasões antigos
Acompanhe através das imagens a evolução dos brasões que representam diferentes momentos da história de Americana
1º Brasão 2º Brasão 3º Brasão