Dengue em queda
Casos de dengue em Americana despencam de 1,9 mil para 26 em maio
Tempo seco e comportamento da população podem ter contribuído para queda nos casos, segundo Vigilância Ambiental em Saúde
Por Marina Zanaki
05 de junho de 2020, às 08h38
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/casos-de-dengue-em-americana-despencam-de-19-mil-para-26-em-maio-1224987/
Americana registrou 26 casos de dengue em maio, uma queda de 98% em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a Vigilância Epidemiológica havia contabilizado 1.914 infectados. Em 2019, a cidade viveu sua terceira pior epidemia de dengue, e maio foi o mês com mais confirmações da doença.
Este ano, a cidade tem 337 casos, e o pico da contaminação foi em março, com 102 casos.
Coordenador da Vigilância Ambiental em Saúde, Antonio Jorge da Silva Gomes elencou alguns fatores que podem ter contribuído para a queda de casos este ano.

O primeiro deles, observado em maio, foi o tempo seco. Com menos chuva, diminui a quantidade de água parada que pode servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti. Segundo a Sala de Situação das Bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), choveu em Americana cerca de 15% do esperado para o mês.
Jorge apontou outros dois fatores que podem ter feito os casos despencarem – o sorotipo 2 e o comportamento da população após a epidemia.
“Nosso medo é que tivesse a introdução de vírus circulante diferente. Quando tem o mesmo vírus circulante (no caso, tipo 2), tem a possibilidade de diminuição drástica, porque tem pessoas que já se infectaram. Além disso, quando você está em uma pós-epidemia, as pessoas cuidam um pouco melhor dos seus quintais”, apontou o coordenador.
Pelo segundo ano, Americana contratou a Sime Prag do Brasil para reforçar o trabalho de combate à dengue nas visitas casa a casa.
Os agentes estão concluindo os trabalhos na Praia dos Namorados. O próximo bairro a receber as visitas será o Antonio Zanaga, que lidera com 28 casos de dengue. Em segundo lugar, aparece a Morada do Sol, com 26 casos.
Americana investiga se a morte de um homem de 46 anos em maio foi provocada pela doença.
Jorge disse que é possível que a presença de mais pessoas em casa em função da quarentena pode ter aumentado o combate aos criadouros de mosquito. Ele ponderou, contudo, que o isolamento social teve início em março, e que os números da dengue já indicavam queda na transmissão.