COVID-19
Doria prorroga quarentena até 10 de maio no Estado de SP
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes; esta é a segunda vez que o Estado prorroga a quarentena
Por João Colosalle
17 de abril de 2020, às 12h32 • Última atualização em 17 de abril de 2020, às 18h57
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/doria-prorroga-quarentena-ate-10-de-maio-1183525/
O governador João Doria anunciou nesta sexta-feira (17) a prorrogação da quarentena no Estado até o dia 10 de maio. Esta é a segunda vez que a gestão prorroga a medida, até então prevista para se encerrar no próximo dia 22, para combater a proliferação do novo coronavírus (Covid-19).
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
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Doria disse que a prorrogação tem o objetivo de “evitar o colapso da saúde pública e na saúde privada no Estado”. “São Paulo acredita na ciência, confia nos médicos que salvam vidas”, declarou. Ele descartou fechar estradas e rodovias.
“Essa manutenção é absolutamente fundamental tando do ponto de vista da Região Metropolitana de São Paulo como da Baixada Santista e do interior. Há a falsa impressão que a doença se limita à Grande São Paulo”, comentou o coordenador do Comitê de Contingência contra a Covid-19, o infectologista David Uip.
Segundo ele, a decisão por prorrogar a quarentena se deu em uma reunião na manhã desta sexta. “Foi uma discussão absolutamente científica. Hoje conseguimos trabalhar não mais com situações aventadas, mas situações reais”, comentou Uip.
Desde o dia 24, a gestão determinou o fechamento do comércio e de serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com serviços de delivery.
Já os considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas. Há, porém, pressão de setores do varejo para que haja uma abertura escalonada.
Poderão continuar funcionando na quarentena:
- Hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas;
- Transporte público, táxis e aplicativos de transporte;
- Transportadoras e armazéns;
- Empresas de telemarketing;
- Petshops;
- Deliverys;
- Supermercados, mercados, açougues e padarias*;
- Limpeza pública;
- Bancas de jornais;
- Bancos, lotéricas e correspondentes bancários;
- Postos de combustível;
- Fábricas.
*padarias não poderão permitir o consumo no estabelecimento.
Portas fechadas:
- Comércio;
- Bares;
- Restaurantes;
- Cafés;
- Casas noturnas;
- Shopping centers e galerias;
- Academias e centros de ginástica;
- Espaços para festas, casamentos, shows e eventos;
- Escolas públicas ou privadas.
*Bares, cafés e restaurantes podem manter o funcionamento em sistema de delivery e/ou drive thru.
Atualmente, São Paulo tem 853 mortes pela doença. O Estado é o que registra o maior número de óbitos e confirmações do vírus no País – são 11.568 casos positivos até agora.
Na RPT (Região do Polo Têxtil), Americana já registra três mortes confirmadas pela doença e 18 casos positivos. Nesta semana, a cidade chegou a ter uma carreata que pedia a reabertura do comércio e a saída do governador. O ato foi minimizado e criticado por Doria.
Nesta sexta-feira, Santa Bárbara, que tem 5 casos confirmados, anunciou a primeira morte pela Covid-19. Nova Odessa e Hortolândia também já divulgaram óbitos por conta do novo coronavírus.
Nesta semana, São Paulo registrou uma morte a cada 30 minutos pelo novo coronavírus. Somente nesta quinta-feira, foram contabilizadas 75 novas mortes.
Uma das principais preocupações das autoridades de saúde no Estado é com a quantidade de leitos disponíveis em hospitais. De acordo com o Estado, os números desta semana mostram que há, por dia, pelo menos 100 novas internações de pacientes.
“Hoje [quinta-feira], são 2,3 mil casos confirmados da doença internados em hospitais, sendo 1.115 em leitos de UTI e 1.264 em enfermarias”, informou o Estado nesta quinta.
Pelo menos 209 cidades já registraram ao menos um caso. E 83 municípios tem pelo menos uma morte. Entre as vítimas fatais, estão 507 homens e 346 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 79,3% das mortes.
Outra preocupação são os percentuais de isolamento social, que têm ficado abaixo do que considera ideal o Comitê de Contingência da doença no Estado.
Na última quarta-feira, o percentual no Estado foi de 50%, de acordo com os dados do Sistema de Monitoramento Inteligente usado pelo governo.
De acordo com o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o médico infectologista David Uip, a adesão ideal para controlar a disseminação da Covid-19 é de 70%.
Na RPT (Região do Polo Têxtil), os percentuais oscilam entre 40 e 50%. Em Americana, por exemplo, o isolamento ficou entre 47 e 48% durante esta semana.