TRÁFICO
Droga vinda do Paraguai é a maior apreensão da história da Polícia Civil em Americana
Carreta com mais de uma tonelada de maconha foi interceptada por agentes da DIG; destino final era Hortolândia, com distribuição em três cidades
Por André Rossi
01 de novembro de 2020, às 07h52
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/droga-vinda-do-paraguai-e-a-maior-apreensao-da-historia-da-policia-civil-em-americana-1350230/
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana realizou na manhã deste sábado (31) a maior apreensão de entorpecentes da história da Polícia Civil na cidade.
Uma carreta com quase 1,2 tonelada de maconha foi interceptada pelos agentes na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304). A carga é avaliada em R$ 1,5 milhão. Uma pessoa foi presa.

Batizada de “Faixa de Gaza”, a operação é fruto de três meses de investigação. O destino final do caminhão – que saiu de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na tarde da última quinta-feira (29) – era um fazenda na área rural de Hortolândia. De lá, seria distribuída entre três cidades: a própria Hortolândia, Americana e Sumaré.
De acordo com o delegado titular da DIG, José Donizeti de Melo, a investigação teve início após denúncia de que uma carga de drogas e armas estaria vindo do Paraguai para a RPT (Região do Polo Têxtil).
Com base em interceptações telefônicas, os agentes estruturam a operação e conseguiram a placa do veículo. O trajeto do motorista foi monitorado pelos agentes desde o momento em que ele chegou a Dourados, no Mato Grosso do Sul, próximo à Fronteira com o Paraguai.
A abordagem aconteceu às 5h30 da manhã deste sábado na altura do km 131 da SP-304, perto do viaduto da Avenida Iacanga, em Americana. O veículo estava carregado com 1.205 tijolos de maconha, que somam 1.192,5 quilos. Para tentar disfarçar o odor, a droga foi escondida no meio 30 toneladas de ração animal. Não foram encontradas armas.
Segundo Donizeti, a suspeita é de que o grupo criminoso formava uma espécie de “consórcio” para comprar a droga de forma conjunta. Ao chegar no destino final, ela seria distribuída para venda nas três cidades. A tese da compra compartilhada é reforçada pelo fato dos pacotes estarem marcados com cores diferentes.
“A droga toda vem para um determinado local e lá tem os compradores, que fazem a distribuição por cidade. […] Já é uma ideia que a gente tem por conta da separação de cores, embalagens. Ele fazem um consórcio, compram em grande quantidade. Quando chega aqui, cada um fica com o seu”, explicou Donizeti.
Motorista
A informação de que o destino final da carga era uma fazenda em Hortolândia foi fornecida pelo motorista do caminhão, um brasileiro de 32 anos que mora em Toledo, no Paraná. O homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas e encaminhado para a Cadeia de Sumaré.
Ainda segundo o delegado, o caminhoneiro disse que iria receber R$ 5 mil para realizar o transporte. Ele admitiu que sabia que a carga tinha algo de irregular, mas negou que soubesse que se tratava de droga. O celular do homem foi apreendido.
“O motorista pegou essa carga entre Ponta Porã e Dourados. Diz que foi contratado para ficar num hotel em Ponta Porã. Alguém trouxe esse caminhão já carregado e ele apenas fez o transporte. Não é dele. Vamos tentar identificar o dono do caminhão”, explicou Donizeti.
Agora, as investigações da DIG continuam para localizar a fazenda que receberia a carga paraguaia e identificar os envolvidos no esquema.