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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Caso Stival

‘Eu não tirei a vida nem de passarinho’, diz acusado de matar comerciante

Réu foi reconhecido por duas testemunhas como um dos homens que entrou no depósito de bebida; arma do crime foi encontrada em sua residência

Por Leonardo Oliveira

04 de fevereiro de 2020, às 12h43 • Última atualização em 04 de fevereiro de 2020, às 17h17

O último acusado pela homicídio do comerciante Marcos Antonio Stival Junior, ocorrido em 2017, em Americana, está sendo julgado nesta terça-feira (4), no Fórum da cidade. Rogério Rodrigues Ramalho, de 41 anos, é acusado de ter sido o executor do homicídio. Durante depoimento no júri, ele negou a participação no crime.

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O réu foi reconhecido por duas testemunhas como um dos homens que entrou no depósito de bebidas de Marcos, no Jardim Boer, e participou de um roubo que foi usado para mascarar o homicídio, segundo a denúncia. Além disso, a arma utilizada para matar Marcos foi encontrada na casa de Rogério Ramalho, conhecido como “mineiro”.

O réu negou a participação quando foi questionado durante o julgamento.

Foto: Facebook / Reprodução
O comerciante Marcos Stival Junior, de 25 anos, foi assassinado em 2017, em Americana

“Eu não estava nesse crime. Eu não tenho o direito de tirar a vida de ninguém. Eu sou ser humano, eu tenho passado, mas o senhor pode ter certeza de que eu não tirei a vida nem de um passarinho”, disse Rogério, em resposta a um questionamento do juiz.

Dois homens já foram condenados no ano passado pela morte de Marcos Stival. Um deles é Rogério Henrique da Silva, que foi o mandante do crime. Também proprietário de um depósito de bebidas no Jardim Boer, ele teria ficado incomodado com o sucesso do estabelecimento de Stival.

Ele foi condenado a 19 anos de prisão. Ele contratou Valdir Ferreira da Silva para ajudar no roubo – este foi condenado a sete anos de prisão. Rogério Ramalho seria o terceiro envolvido no crime.

No Tribunal do Júri desta terça, Ramalho negou conhecer Valdir, mas admitiu que era amigo de Rogério Henrique. “Eu comprava bebida dele, a gente sempre fazia churrasco, eu jogava futebol com ele”, disse o réu.

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Rogério Ramalho foi preso pela Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecente) por tráfico de drogas pouco dias depois da morte de Marcos. Na época ele ainda não era um suspeito do crime. Segundo a Polícia Civil, ele era um dos coordenadores do tráfico na região do Antonio Zanaga.

Em sua casa, foi encontrada a arma usada para matar o comerciante. Ramalho negou que o revólver era seu. Ele diz que alguém “plantou” ela em sua residência. “Várias pessoas frequentavam minha casa. Amigos meu. De repente pode ter sido algum indivíduo. A gente, queira ou não, pode ter inimigo. A gente não vai conseguir agradar todo mundo”, argumentou.

Ainda foi lembrado no julgamento que a perícia revelou ligações feitas pelo mandante do crime a um dos telefones encontrados na casa do réu uma hora antes do homicídio.

Logo depois da morte de Marcos, também há um registro de contato telefônico do celular da companheira de Ramalho para o telefone de Marcos Henrique. Questionado, o réu disse que, pela amizade com o dono do depósito de bebidas, sempre ligava para o rapaz.

Foto: Divulgação
Professora Rosângela Cristina da Silva relembrou os acontecimentos do dia do homicídio e se emocionou por diversas vezes

Confronto

O julgamento se iniciou com depoimento emocionado da mãe de Marcos. A professora Rosângela Cristina da Silva relembrou os acontecimentos do dia do homicídio e se emocionou por diversas vezes, interrompendo seu relato. No dia do crime, Rosângela estava no estabelecimento no momento do assassinato e viu a ação de perto.

Ela lembrou a disputa comercial que teria motivado o crime e a relação do filho com o mandante do crime, já preso e condenado. O momento mais tenso foi quando o juiz pediu para Rosângela olhar no rosto do réu para reconhecê-lo.

Um silêncio de 20 segundos marcou o momento em que a mãe e o suspeito se encararam, seguindo de um sinal afirmativo da professora, reconhecendo aquele homem como um dos indivíduos que invadiram seu estabelecimento.

Em 2017, a professora falou ao LIBERAL quando os três acusados de matarem o filho foram presos. Relembre:

Pena

O Ministério Público pede a condenação de Rogério Marcos Ramalho por homicídio qualificado. Nestes casos, a pena varia entre 12 e 30 anos de prisão. Ele também será julgado por roubo, o que aumentaria a pena em caso de condenação.

Até a publicação desta reportagem, o promotor responsável pelo caso apresentava a tese de acusação. Os advogados de defesa também terão direito a se manifestarem. Depois disso, o júri decide pela condenação ou absolvição de Ramalho, enquanto o juiz é o responsável por calcular a pena.

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