Casa de Carnes
Ex-funcionário apontou que roubo em açougue seria ‘fácil’
DIG de Americana diz que o roubo não foi motivado por vingança pela demissão de Maicon, mas sim pela “facilidade” de execução
Por André Rossi
31 de outubro de 2019, às 10h31 • Última atualização em 31 de outubro de 2019, às 10h39
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/ex-funcionario-diz-que-roubo-em-acougue-seria-facil-e-renderia-r-6-mil-1098755/
Apontado como a mente por trás do planejamento do assalto na Casa de Carnes Colina, o ex-funcionário Maicon Rogério Alves, de 23 anos, disse aos comparsas que o crime seria de fácil execução e que renderia algo em torno de R$ 6 mil. Ele foi preso no Jardim Bertoni, nesta quarta-feira, pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana.
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Ainda ontem, a especializada também informou que o outro envolvido no assalto foi identificado como Florisvaldo José Prock, 46, conhecido como “Barão”, que foi preso no dia 15 de outubro em uma ação da PM (Polícia Militar), no Jaguari, por tráfico de drogas.
A DIG deu a investigação do caso de latrocínio no açougue como encerrada, já que além dos dois, Vinícius Pereira de Oliveira, autor dos disparos que mataram a comerciante Giani Aparecida Molina de Lião, de 54 anos, também está preso.
A polícia pediu e a Justiça concedeu a prisão temporária por 30 dias de Maicon e Florisvaldo. Ambos foram ouvidos durante a tarde de ontem e confessaram a participação no crime, segundo Gazarini.
No dia 20 de outubro, em Campinas, o Baep (Batalhão de Ações Especiais) da PM (Polícia Militar) já havia detido Vinicius. O celular dele acabou apreendido e foi fundamental para que a polícia identificasse os outros dois envolvidos. Com autorização da Justiça, os investigadores conseguiram recuperar áudios que mostram a ligação entre os três homens. Vinícius também está preso temporariamente.
De acordo com Gazarini, as gravações revelaram que Maicon considerava o roubo “fácil”. Entretanto, ele buscou a ajuda de um comparsa para encontrar alguém para realizar o assalto.
“Através desse áudios que nos recuperamos, ele [Maicon] chama essa pessoa [Florisvaldo] para que consiga alguém para participar do roubo. E essa pessoa arrumou um amigo, que é o Vinícius Pereira de Oliveira, que foi quem diretamente foi até o açougue e praticou o roubo”, explicou Gazarini.
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Ainda segundo a DIG, Maicon trabalhou no açougue durante dois anos, havia sido demitido há dois meses e não tinha antecedentes criminais. O planejamento do roubo não teria sido motivado por vingança, e sim pela “facilidade” de execução. A expectativa era conseguir algo em torno de R$ 6 mil.
“Usando a expressão que ele usou [no áudio], seria ‘uma teta’ fazer o roubo no comércio. E contou detalhes de como era feita a movimentação, quanto de dinheiro poderia ser obtido no roubo. Esse dinheiro era decorrente da venda dos assados no domingo e a venda da carne propriamente dita”, disse o delegado.
Além da quantia que poderia ser obtida, Maicon também informou para Vinícius que ele poderia entrar pela porta lateral do estabelecimento, como de fato aconteceu. A forma como os demais funcionários deveriam ser abordados também foi passada.
“Não havia intenção de latrocínio. O ex-funcionário pedia para que somente tomasse cautela durante o roubo para que todos os funcionários que fossem subjugados permanecessem deitados, para evitar que algum deles pegasse uma faca, se tratando de um açougue, e com isso arremesse uma faca na pessoa que ia praticar o crime”, disse Gazarini.
O LIBERAL não conseguiu contato com advogados ou familiares dos envolvidos até o fechamento desta reportagem.