Americana
Idosa de Americana perde R$ 3 mil por meio do golpe do falso WhatsApp
Golpista se passou por filho da mulher e a convenceu de pagar um boleto de R$ 1,4 mil e fazer um Pix de R$ 1,9 mil
Por Paula Nacasaki
08 de fevereiro de 2023, às 12h04 • Última atualização em 08 de fevereiro de 2023, às 18h42
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/idosa-de-americana-perde-r-3-mil-em-golpe-do-falso-whatsapp-1906742/
Uma idosa de 69 anos, moradora da Cidade Jardim, em Americana, perdeu R$ 3.390,90 nesta terça-feira (7), depois de ser enganada por um estelionatário, que fingiu ser seu filho em conversas de WhatsApp.
Segundo informações da vítima em registro policial, por volta de 15h, uma pessoa entrou em contato por meio de mensagens no WhatsApp, informando que era seu filho. Apesar do número estar diferente, o golpista explicou à mulher que o seu aparelho estava com a tela quebrada e por isso usava aquele número temporariamente, até o conserto de seu celular. Desse modo, ele conseguiu convencê-la de que estava falando com o familiar
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Durante o diálogo, ainda de acordo com a idosa, o filho pediu que ela pagasse um boleto no valor de R$ 1,4 mil e que devolveria o dinheiro no dia seguinte. A mulher acreditou na história e pagou a conta em uma lotérica.
Na sequência, a pessoa afirmou ter esquecido de outros boletos em aberto e exigiu dinheiro. Ela fez um Pix de R$ 1.990,90. Depois, mais uma vez, o estelionatário pediu para a mulher pagar outra conta e foi neste momento que a vítima percebeu que tinha caído em um golpe.
A idosa procurou a delegacia para denunciar o caso e um boletim de estelionato foi registrado. As investigações seguem pelo 2° DP (Distrito Policial) de Americana.
Entenda como funciona o golpe do WhatsApp clonado
Em uma série de crimes, golpistas têm clonado o WhatsApp de usuários e se passam pelo dono da conta para pedir que conhecidos da vítima façam uma transferência bancária emergencial.
Em 2019, o laboratório de segurança digital da empresa PSafe registrou 413.240 tentativas de clonagem do WhatsApp no Brasil, média de 47 por hora.
De acordo com a empresa PSafe, o golpe funciona assim: o hacker tenta entrar no WhatsApp com o número do alvo escolhido. Neste momento, um código de liberação é enviado pelo aplicativo para o celular da vítima.
Tudo que o criminoso precisa fazer é dar um jeito de enganar a pessoa para que ela lhe diga o código.

Ao digitar o código de liberação, o criminoso passa a ter acesso ao WhatsApp e à lista de contatos do alvo clonado, mas não às mensagens trocadas antes da clonagem – essas ficam armazenadas no celular clonado. O dono real do aparelho perde o acesso à conta.
Os bandidos então passam a abordar amigos da lista de contato do dono do celular, perguntando se estavam ocupados e pedindo que fizessem uma transferência.
DICAS
O WhatsApp recomenda a ativação da verificação em duas etapas. Se a conta foi roubada, é preciso entrar de novo no WhatsApp e inserir o novo código de segurança recebido pelo SMS. A pessoa que estiver usando a conta indevidamente será desconectada.
Porém, se o WhatsApp pedir o PIN (senha criada ao ativar a confirmação em duas etapas), então é possível que o golpista tenha ativado a medida de segurança. É preciso aguardar sete dias para poder acessar a conta sem o código.
Não passe seu código de confirmação, recebido por SMS quando se instala o WhatsApp, por exemplo, para ninguém.
Troca de aparelho
Outro golpe comum que tem ocorrido com bastante frequência e menos engenhoso que o anterior, em que o hacker precisa conseguir o número de segurança, é quando o estelionatário, com um número frio, se passa por algum familiar.
Nesse caso, o golpista coloca como perfil do WhatsApp os dados de algum parente e, se passando pelo familiar, dispara mensagens avisando que teria trocado de número por algum motivo.
Após pedir para o familiar salvar o novo número, o golpista inicia a conversa e pede para transferir dinheiro ou pagar alguma conta que está em aberto, justificando estar sem dinheiro ou sem acesso a conta no momento. Nesse caso, sempre busque confirmar pessoalmente ou com chamada em vídeo com a pessoa antes de fazer alguma transferência. Também vale verificar se a conta para qual está transferindo o dinheiro realmente pertence ao familiar, caso contrário, fique alerta para o golpe.