PROLIFERAÇÃO
Infestação de pernilongos causa espanto em regiões de Americana
Há cerca de três semanas, Nova Carioba e Santa Maria enfrentam proliferação dos mosquitos; Uvisa busca medidas para combate
Por Stela Pires
15 de dezembro de 2021, às 08h04 • Última atualização em 15 de dezembro de 2021, às 08h09
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/infestacao-de-pernilongos-causa-espanto-em-regioes-de-americana-1678094/
Moradores de ao menos dois bairros de Americana têm tido problemas com a proliferação de pernilongos, uma consequência das altas temperaturas e das chuvas. O LIBERAL ouviu relatos de quem tem convivido com a situação no Nova Carioba e no Santa Maria. Segundo a prefeitura, as reclamações cresceram nas últimas semanas.

Moradora do Nova Carioba, a faturista Patrícia Trindade, de 41 anos, conta que não pode deixar as portas e janelas de casa abertas por conta dos mosquitos. “Tem que fechar a casa entre 17h30 e 18h, passar veneno, para você ter mais ou menos só 20 pernilongos lá dentro. Se você deixar a casa aberta, mesmo com o calor que está, você não consegue dormir.”
Segundo ela, não houve casos de dengue na região, mas a situação está fora do habitual visto nos anos anteriores. “São nuvens de pernilongos, é uma coisa absurda. Faz 10 anos que moro aqui, eu nunca vi um negócio desse”, contou, espantada com a situação.
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Já no bairro Santa Maria, a autônoma Joana Magalhães, de 62 anos, optou por registrar a reclamação no SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) da prefeitura para tentar resolver a situação, já que o uso de veneno e aerossol não dão conta de resolver o problema dos mosquitos.
“É uma infestação muito grande de pernilongos, até na minha cachorra. Acordei de madrugada e ela estava coberta de pernilongo, e não pode passar veneno em cima porque você tem medo de intoxicar [o animal]”, relatou.
A doutora em biologia Brigida Queiroz explica que a mudança climática, além da sujeira que as cidades acumulam, ajudam na ocorrência de mosquitos.
“O aumento sempre está associado às altas temperaturas e às chuvas. O ciclo de vida deles [pernilongos] é um ciclo rápido, e a água ajuda as larvas a proliferarem e a se reproduzirem. Então esse aumento está atrelado ao calor e a chuva”, explicou.
Segundo ela, as únicas opções para os munícipes que estão enfrentando a proliferação dos mosquitos no momento é manter as casas limpas, fechar o lixo e fechar as janelas e portas no final da tarde, momento em que os insetos estão mais agitados.
Medidas
Segundo a Prefeitura de Americana, a Uvisa (Unidade de Vigilância em Saúde) recebeu uma “grande quantidade” de reclamações sobre a presença de pernilongos nos imóveis na últimas semanas.
O órgão, no entanto, não realiza nenhuma ação específica para combate ao pernilongo comum no município, apenas contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
A prefeitura explicou que a Uvisa está em contato com diversas instituições e órgãos municipais e estaduais para obter orientações técnicas quanto ao combate aos mosquitos, visto que por se tratar de espécie sem importância médico-sanitária, não existe nenhum programa específico para sua eliminação nos centros urbanos.
“A recomendação, por enquanto, é que os moradores utilizem telas-mosquiteiro nas janelas, evitem água parada e façam uso de algum inseticida específico para eliminação imediata dos insetos”, informou a unidade.
Técnicos da Uvisa e da Secretaria de Meio Ambiente avaliam medidas a curto prazo para minimizar o impacto das infestações, como uma eventual nebulização.
*Estagiária sob supervisão de João Colosalle