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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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EXCLUSIVO

Júri de 14 horas condena três do PCC a penas de até 20 anos de prisão em Americana

Acusados respondiam por tentativa de homicídio, sequestro, tortura e organização criminosa; na próxima semana, outros quatro serão julgados

Por João Colosalle e Cristiani Azanha

29 de junho de 2023, às 12h01 • Última atualização em 29 de junho de 2023, às 15h12

Movimentação de presos no Fórum de Americana, nesta quarta-feira - Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Três pessoas foram condenadas, no final da noite desta quarta-feira (28), pelo tribunal do júri, em Americana. Elas eram acusadas de integrarem o PCC (Primeiro Comando da Capital) e promover um “tribunal do crime”.

Everaldo Marsal da Costa, conhecido como Soweto ou Morte, pegou 20 anos e 5 meses de prisão. Eric Rosolen, de apelido Americano, foi condenado a 17 anos e 10 meses. E Hellen Taísa de Oliveira, a Katrina, teve pena de 15 anos e 4 meses. Todos estão presos e ainda podem recorrer. Uma quarta acusada foi absolvida e teve a soltura determinada.

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Os crimes aos quais eles respondiam eram de tentativa de homicídio, sequestro, tortura e organização criminosa. O LIBERAL ainda tenta contato com advogados dos réus.

A defesa de Hellen discordou da sentença. “A decisão dos jurados foi contrária à prova do processo, portanto, será apresentado recurso de apelação na tentativa de anular o júri ocorrido ontem”, afirmou o advogado Thiago Vieira.

O advogado Leonardo Souza Costa, que representa Eric, também afirmou que irá recorrer. A defesa de Everaldo não quis comentar o processo pelo fato de ele ser sigiloso.

O julgamento teve início às 10h e se encerrou por volta de 0h10, no Fórum de Americana, com segurança reforçada e acesso restrito ao plenário do júri.

Este foi o primeiro de dois júris populares relacionados à Operação Jus Puniendi. O caso é considerado complexo e um dos maiores júris realizados em Americana, já que envolve mais quatro réus que serão julgados na próxima semana.

O processo é um desdobramento da operação, uma das maiores investigações da Polícia Civil local contra a organização criminosa na cidade.

Em outubro de 2018, a Polícia Militar descobriu que um homem apontado, sem provas, como autor de um estupro estava sendo “julgado” em um barraco no Jardim dos Lírios.

A vítima foi amarrada, amordaçada, ameaçada, agredida e interrogada por dois dias. Ela chegou a tentar fugir, mas não conseguiu. A execução só não se consumou porque uma equipe da PM chegou ao local e impediu o crime.

Parte dos envolvidos no episódio no Jardim dos Lírios foi presa em flagrante. Neste caso, quatro homens já foram condenados a penas que variam entre 21 e 25 anos. Já os réus que foram a júri nesta quarta e os que irão na próxima semana foram descobertos em investigações após as prisões em flagrante feitas pela PM.

A apuração da Polícia Civil, que já mapeava há alguns anos a atuação do PCC na cidade, utilizou interceptações telefônicas para juntar provas que relacionassem o grupo a julgamentos clandestinos da facção, conhecidos também como “tabuleiros”.

A vítima também reconheceu os réus como participantes do seu sequestro e tentativa de homicídio e chegou a relatar situações como a negociação de uma chácara para a enterrarem.

Colaborou Paula Nacasaki

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