REABERTURA
Movimentação no comércio não refletiu em faturamento na reabertura, diz Acia
Movimento intenso visto no sábado foi impulsionado por clientes que queriam pagar dívidas; lojas de roupas infantis foram exceção
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09 de junho de 2020, às 08h12 • Última atualização em 09 de junho de 2020, às 13h32
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/movimentacao-no-comercio-nao-refletiu-em-faturamento-na-reabertura-diz-acia-1227641/
O fluxo intenso de pessoas no comércio da região central de Americana no último sábado não refletiu em faturamento para os lojistas, de acordo com o presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial) de Americana, Wagner Armbruster.
A avaliação é de que a primeira semana de reabertura das atividades não essenciais foi “mediana” em termo de vendas.
Os lojistas foram autorizados a funcionar por quatro horas e com uma série de medidas sanitárias no dia 1º de junho, como parte da flexibilização de quarentena permitida pelo Plano São Paulo, do Governo do Estado.

As imagens do calçadão central lotado no sábado chamaram a atenção nas redes sociais. No entanto, a associação aponta que o movimento foi impulsionado por consumidores que aproveitaram o pagamento do quinto dia útil para quitar dívidas, especialmente em lojas que trabalham com vendas parceladas em carnê.
Outro fator citado para justificar o fluxo foi o fato das pessoas estarem “cansadas” de ficarem em casa por conta da quarentena para combater a proliferação do novo coronavírus (Covid-19), segundo o presidente da associação.
“Nós temos muita gente arrumando pretexto para sair de casa porque não está bem em casa, mas não está refletindo em faturamento. Nós estamos tendo movimento, ótimo, mas esse movimento não está revertendo em faturamento”, afirmou Wagner.
A percepção de que os munícipes não estavam no Centro para comprar também foi relatada por lojistas. A gerente da loja de calçados Narducci, Márcia Cristina, conta que o velho hábito de passar só para “dar uma olhadinha” não deixou de existir por conta da pandemia.
“No meu ramo, como são sapatos femininos, tem uma saída grande, mas não está correspondendo tanto quanto a gente esperava. Pessoal vem muito mais por curiosidade. Ao invés de vir com o intuito de comprar, muitos vem só para olhar”, contou Márcia.
A preocupação com aglomerações, inclusive, é apontada pela gerante da Danny Cosméticos, Aurea Sueli Pereira. “Seria bom estender um pouco mais o horário, pelo menos umas seis horas [de funcionamento]. Porque aí fica aglomeração do mesmo jeito”, opinou.
O único setor que registrou boas vendas, ainda segundo a associação, foram lojas de roupas infantis. A gerente da loja A Japonesa, Vera Matsuy, disse que a maior procura foi de gestantes.
“Elas ficam muito preocupadas porque falam ‘o nenê vai nascer e eu não vou ter roupa’. Elas vem, mas não fazem mais aquele enxoval grande. Pegam o básico, o necessário. As pessoas estão muito conscientes. Estão gastando aquilo que precisam gastar”, comentou a lojista.
Nesta segunda-feira, o movimento no Centro foi classificado como “fraco” pelos comerciantes. “Tem que vender bem todo dia, não só de sábado”, lamentou o proprietário de uma loja de roupas que pediu para não ser identificado.
Podcast Além da Capa
A relação de Americana com Santo Antonio, o padroeiro da cidade, completa 120 anos em 2020, mas a festividade em torno da data foi forçada a ser revista por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com o administrador paroquial da Basílica, o padre Valdinei Antonio da Silva. A necessidade do cancelamento de outros eventos da comunidade católica, como as festas de São João de Carioba e do Senhor Bom Jesus, também é abordada com os padres Marcos Ramalho e Marcelo Fagundes.