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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Americana

MPT cria fórum de prevenção ao trabalho escravo no setor têxtil

Em Americana, em abril deste ano, uma operação resgatou quatro bolivianos do trabalho escravo em uma confecção

Por Ana Carolina Leal

02 de agosto de 2023, às 08h06 • Última atualização em 02 de agosto de 2023, às 08h07

O MPT (Ministério Público do Trabalho) de Campinas anunciou, na última segunda-feira (31), a criação de um fórum para prevenir o trabalho escravo no setor têxtil. O assunto foi discutido com representantes de serviços sociais e de atendimento aos imigrantes das prefeituras de Americana, Campinas, Jaguariúna e Piracicaba, além do ITD (Instituto Trabalho Decente) – entidade que atua em todo o território nacional com o objetivo de promover os direitos humanos.

Em Americana, em abril deste ano, uma operação resgatou quatro imigrantes bolivianos do trabalho escravo em uma confecção de roupas. Ainda na região, em junho do ano passado, outros 25 bolivianos foram flagrados em condições análogas à escravidão na cidade de Indaiatuba. Eles trabalhavam em oficinas de costura, em ambientes insalubres.

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Na reunião, realizada na sede do MPT, em Campinas, ficou acertada a criação de um fórum de proteção do imigrante trabalhador das regiões de Campinas e Piracicaba, com a possibilidade de integrar ainda mais municípios nas discussões.

A finalidade será criar estratégias de apoio para ampliar e assegurar a formação permanente de servidores públicos, estender a articulação interinstitucional, propor ações de trabalho decente, trocar experiências e criar uma rede de instituições parceiras.

“O MPT tem se debruçado com afinco no combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, com ações conjuntas de repressão. Contudo, a articulação de políticas públicas ataca o problema no seu cerne, criando oportunidades de regularização dos segmentos que historicamente apresentam casos de redução de pessoas a condição análoga à escravidão, notadamente o setor têxtil”, comentou o coordenador regional da Conaete (Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas), Marcus Vinícius Gonçalves.

Segundo Patrícia Lima, representante do ITD, foram localizados nos municípios de Americana e Campinas pessoas originárias de países como Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru, Cuba, Haiti, Porto Rico, Argélia, Cabo Verde, Angola, Nigéria, Afeganistão, Irã e Síria.

“Para além do risco de trabalho escravo, há também outras situações desafiadoras, como exposição ao racismo e à xenofobia, que tornam ainda mais difícil o trabalho desses imigrantes”, concluiu.

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