Americana
Pagar empréstimo é desafio para 30% dos empresários, aponta pesquisa
Cerca de 60% das empresas com dificuldade para quitar financiamento precisam de mais carência, prazos ou renegociação
Por Marina Zanaki
10 de maio de 2021, às 07h21 • Última atualização em 10 de maio de 2021, às 11h11
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/pagar-emprestimo-e-desafio-para-30-dos-empresarios-aponta-pesquisa-1511474/
As linhas de crédito emergencial, criadas para ajudar as empresas a lidar com a crise econômica decorrente da pandemia, representaram um alívio para o fluxo de caixa no ano passado. Contudo, a data do vencimento da primeira parcela se aproxima ou já venceu, e 30% dos empresários têm dificuldade em honrar o compromisso.
O dado foi apurado em pesquisa do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). As empresas foram ouvidas em dezembro e fevereiro.
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Entre os empresários com dificuldade de honrar as parcelas, 25% apontam uma maior carência como o item mais importante, seguido de maior prazo para diluir a dívida, alternativa respondida por 18% dos entrevistados.
A renegociação do contrato foi apontada por 16% dos ouvidos. Somados os três itens, chega a 60% o percentual de empresas que precisam de alternativas para conseguir pagar a dívida.
Proprietário da Astor Brindes, de Americana, Pedro Marin relata ao LIBERAL ter feito um empréstimo pela linha de crédito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), do governo federal, no ano passado.

“Quando veio foi algo realmente muito bom, deu uma aliviada em tudo que estava acontecendo. Sem vendas, com faturas de cartões, duplicatas, foi o que deu para a gente segurar e manter a empresa com as portas abertas. Infelizmente, não foi o suficiente para segurar pessoal. Fatalmente, com a queda nas vendas, precisamos desligar alguns colaboradores”, lamenta.
A carência do programa passou de oito para 11 meses em março, mas Pedro avalia que seria essencial aumentar ainda mais esse prazo. A empresa tem forte parceria com o setor automotivo, e a paralisação da produção de concessionárias impactou o faturamento em 2021.
“Estamos no meio da pandemia ainda. Vamos fazer de tudo para honrar o compromisso. Mas se o mercado como um todo não retomar, não tem como. A matemática não fecha”, explica o empresário.
ENDIVIDAMENTO. Diretor do Ciesp Americana, Carlos Frederico Faé alerta que essa dificuldade em quitar financiamentos pode ter como resultado o endividamento.
Levantamento realizado pelo Ciesp de Americana apurou o nível de dívidas das empresas em março em relação a fevereiro. Para 44% dos empresários, permaneceu estável no período. Outros 22% diminuíram o nível de endividamento pois pararam de comprar a prazo. Apenas 33% conseguiram reduzir graças ao desemprenho positivo no faturamento.
“O endividamento lógico que começa a aumentar, e isso começa a comprometer muito o faturamento. A empresa está fadada a entrar em recuperação judicial, ou até mesmo a interromper as atividades para honrar os compromissos, principalmente a folha de pagamento”, destaca Faé.