Overload
PF realiza buscas em Americana em operação contra tráfico internacional de drogas
Base do grupo criminoso é o Aeroporto de Viracopos; organização aliciava funcionários de aeroportos para facilitar o transporte da droga para o exterior
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06 de outubro de 2020, às 08h51 • Última atualização em 06 de outubro de 2020, às 08h56
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/pf-realiza-buscas-em-americana-em-operacao-contra-trafico-internacional-de-drogas-1328824/
A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta terça-feira (6) a Operação Overload para combater uma organização criminosa que atua no tráfico internacional de drogas.
A principal base do grupo criminoso é o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, mas estão sendo realizadas buscas em Americana.
Ao todo, foram 44 mandados de busca e apreensão cumpridos – 39 deles no Estado de São Paulo. A PF informa que foram realizadas buscas nas cidades de Americana, Campinas e Monte Mor, mas não detalha quantos mandados foram expedidos para cada cidade e os locais de busca. Houve ainda 35 mandados de prisão.

As investigações começaram em fevereiro de 2019, quando foram apreendidos 58 kg de cocaína na área de segurança do Aeroporto Internacional de Viracopos – essa droga iria para a Europa. A partir disso, a corporação mapeou a atuação de toda a organização criminosa, identificando as lideranças.
A organização é composta por brasileiros, segundo a PF. Além de financiar o esquema criminoso, eles aliciavam funcionários de aeroportos tanto do Brasil quanto do exterior para facilitar o transporte do entorpecente.
Eram contratados vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tráfego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampas, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiros. Eles eram os responsáveis pelo embarque da droga nas aeronaves que iam para o exterior.
Um policial militar e um policial civil também estavam entre os cooptados.
Para a exportação da droga eram utilizados tanto o terminal de passageiros quanto o terminal de cargas.
A organização criminosa também tinha um esquema para lavar o dinheiro ganho com o tráfico, através da compra de imóveis, veículos, movimentações bancárias em nomes de terceiros e empresas no exterior – tudo isso dificultou o rastreamento dos valores.
Foram apreendidos 249 kg de cocaína desde o início das investigações. Os bens imóveis, veículos, contas bancárias e empresas já identificados como pertencentes à organização criminosa estão sendo bloqueados e apreendidos nesta data.
Ao todo, mais de 200 policiais federais, 80 policiais militares e 6 policiais civis participam da ação. As investigações contaram com a cooperação entre instituições e órgãos públicos (Secretaria da Receita Federal do Brasil, PRF, Polícia Militar do Estado de São Paulo).
As prisões dos policiais contaram com a cooperação da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior em Campinas.
Entre os investigados presos, 33 são homens e 2 são mulheres.
O nome da operação, “Overload”, vem do termo inglês empregado para excesso de carga ou carga excessiva, com alusão à droga ilícita inserida clandestinamente nos aviões em meio a carga regular.