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Americana

Sem solução, obra de anexo do HM acumula desperdício de verba pública

Iniciada na gestão Diego, construção tem estrutura deteriorada, equipamentos estragando e nenhuma previsão de finalização

Por Ana Carolina Leal

20 de novembro de 2021, às 08h52

Visita ao prédio nesta sexta foi solicitada pelo vereador Gualter Amado - Foto: Claudeci Junior - O Liberal.JPG

Iniciada em 2010 no governo do ex-prefeito Diego De Nadai, a obra de anexo do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, segue abandonada e acumulando desperdício de dinheiro público.

Nesta sexta-feira, a imprensa visitou pela primeira vez o prédio erguido com a intenção de ser um anexo com pronto-socorro, hospital infantil e centro de especialidades.

O que se viu foram paredes deterioradas, equipamentos ainda dentro de caixas, painéis de oxigênio danificados, macas e acessórios para realização de exames empoeirados.

O LIBERAL identificou ao menos 50 aparelhos de ar-condicionado em caixas. Equipamentos que de acordo com Lilian Franco de Godoi dos Santos, diretora-superintendente da Fusame (Fundação de Saúde de Americana), devem ser descartados porque estão obsoletos.

O LIBERAL identificou ao menos 50 aparelhos de ar-condicionado que serão descartados – Foto: Claudeci Junior – O Liberal.JPG

Também foram identificados aproximadamente 40 vasos sanitários possivelmente comprados para atender as necessidades da obra, que até o momento não saiu do papel.

A visita ao prédio foi solicitada pelo vereador Gualter Amado (Republicanos) e contou com a presença de ao menos nove parlamentares.

“Encontramos muito dinheiro público jogado no lixo e sem cuidado algum. Local este, que parte, será utilizado para um centro oncológico regional, mas que tem um potencial ainda para abrigar o núcleo de especialidades e o hospital infantil André Luiz”, declarou Gualter.

O projeto anunciado pelo governo Diego De Nadai foi orçado em R$ 26,8 milhões e previa a reforma do hospital e construção do anexo com pronto-socorro, hospital infantil e centro de especialidades. Seriam R$ 10,9 milhões para reforma e R$ 15,8 milhões para o anexo.

A obra teve início por meio de um convênio firmado com o governo estadual, comandado então por José Serra, no ano de 2009. A construção começou em 2010.

Ao longo da última década, a obra foi interrompida diversas vezes, com investigações e acusações de desvio de recursos. Uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) foi instaurada e rendeu um processo que determinou o bloqueio de R$ 33 milhões do ex-prefeito Diego De Nadai, em 2018. Ele foi cassado em outubro de 2014.

Em fevereiro do ano passado, a gestão Omar Najar entregou parte do serviço. O novo pronto-socorro custou ao governo municipal R$ 3,5 milhões, dos quais R$ 2,9 milhões foram custeados por meio de convênio com governo estadual e R$ 628 mil aplicados pela administração.

Em outubro deste ano, o governo estadual autorizou a prefeitura a parcelar em 180 vezes, o equivalente a 15 anos, uma dívida de R$ 7 milhões envolvendo a reforma e ampliação do HM. O recurso foi destinado por meio de convênios ao município, mas a obra não foi concluída.

Diretora-superintendente da Fusame, autarquia que administra o HM, Lilian disse nesta sexta que o único projeto concreto para usar parte do prédio, no momento, é a instalação da Unacon (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia).

“O governo Chico Sardelli tem várias ideias para aplicação e uso do prédio, até porque a gente vê que está se deteriorando, mas depende de todo um planejamento e orçamento”, afirmou.

– Foto: Claudeci Junior – O Liberal.JPG

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RESPOSTAS. Sobre o início das atividades da Unacon, a prefeitura informou em nota que a unidade está em fase de planejamento e finalização para início das obras, mas a data para início do funcionamento ainda não está definida.

Ao LIBERAL, Diego De Nadai disse que até a saída dele, em outubro de 2014, 70% da obra estava pronta. “Até a minha saída da prefeitura, a obra estava em andamento e tudo que se encontra lá foi feito no meu mandato. Não sou eu que digo isso, são relatórios feitos pela própria prefeitura. Esses relatórios técnicos são da área de convênio e comprovam que a obra estava quase 70% pronta”.

A reportagem também tentou contato com o ex-prefeito Omar Najar, mas ele não se manifestou até o fechamento desta edição.

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