Americana
Tarifa de ônibus em Americana deve ficar em R$ 5
Vereadores votam nesta terça-feira, em segunda discussão, projeto que autoriza subsídio de até R$ 150 mil ao mês para empresa
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16 de março de 2021, às 07h17 • Última atualização em 16 de março de 2021, às 07h18
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/americana/tarifa-de-onibus-em-americana-deve-ficar-em-r-5-1464516/
O preço da passagem de ônibus em Americana deve ser confirmado em R$ 5. Nesta terça-feira (16), os vereadores votam, em segunda discussão, o projeto que autoriza que a prefeitura pague subsídio de até R$ 150 mil por mês para a empresa responsável pelo serviço, movimento apontado como necessário para reduzir a tarifa.
A sessão extraordinária na câmara ocorre às 19h30, com transmissão ao vivo pela internet e pela TV Câmara. O texto foi aprovado em primeira discussão no domingo (14), também em sessão extraordinária, com 15 votos favoráveis e quatro contrários.
O LIBERAL questionou a prefeitura nesta segunda-feira sobre o valor de R$ 5, mas não houve confirmação. No entanto, na sessão de anteontem, o preço foi apresentado como algo já definido por vereadores que conversaram com o Executivo sobre o projeto.
Líder de governo, Thiago Brochi (PSDB) afirmou que, sem o subsídio, o preço da passagem seria de R$ 5,40. Esse foi o valor oferecido pela Sancetur, empresa que venceu a licitação para assumir o transporte público da cidade pelos próximos 15 anos.
O prefeito Chico Sardelli (PV) se recusou a assinar contrato a R$ 5,40 e, desde o início de fevereiro, negocia uma redução com a Sancetur, responsável pelos ônibus da cidade desde novembro de 2018 por meio de contratos emergenciais. O quinto e atual vínculo termina nesta quarta-feira (17).
“Fiquem tranquilos que o prefeito vai garantir inclusive a tarifa zero de sábado e domingo, e está buscando sim o melhor preço. Eu posso cravar com vocês aqui o valor de R$ 5, que vai beneficiar a população de Americana”, afirmou Brochi durante a sessão extraordinária.
Alguns vereadores tentaram adiar a discussão por não se sentirem seguros com os argumentos do Executivo. O projeto não especifica o valor que será efetivamente pago de subsídio – que será fixado por decreto municipal – nem garante qual será o preço da tarifa.
O pedido de vista proposto foi rejeitado por 13 votos contrários e 5 favoráveis. Em uma sessão ordinária, o pedido seria concedido automaticamente e a discussão adiada. Porém, por se tratar de uma reunião extraordinária, a vista precisa ser votada na mesma sessão.
Outro vereador que mencionou o valor de R$ 5 foi Juninho Dias (MDB). Ele afirmou que teve uma conversa com membros da prefeitura, mas ponderou que os demais vereadores estavam corretos em também cobrar esse diálogo com o Executivo.
“Vocês têm toda razão de se posicionarem se não deram essa certeza. Mas pra mim, confirmaram. Se não tiver o subsídio, vai ser R$ 5,40. Se tiver, vai para R$ 5”, disse Juninho, que também cobrou um subsídio maior para tentar reduzir o valor da tarifa.
Desde dezembro de 2019, o americanense paga R$ 4,70 para andar de ônibus. Caso o valor de R$ 5 seja confirmado, além da elevação de 6,3%, Americana terá a tarifa mais cara entre as cinco cidades da RPT (Região do Polo Têxtil) e até mesmo do que a metrópole Campinas.
Outro lado
Questionada, a prefeitura destacou que o valor de R$ 5,40 foi definido em um processo que corre há mais de dois anos e que permitia a cobrança de até R$ 5,65. O teto foi estipulado na licitação lançada pelo ex-prefeito Omar Najar (MDB) e que foi mantida por Chico.
“Desde o princípio, o preço da tarifa de R$ 5,40 não foi aceito pelo prefeito, Chico Sardelli, que vem trabalhando por alternativas que evitem que a população seja penalizada”, afirmou a prefeitura.
O LIBERAL relembrou ao Executivo a postagem feito pelo prefeito em suas redes sociais em fevereiro, na qual ele dizia que Americana não podia, neste momento, “utilizar recursos públicos para subsidiar o transporte urbano”. A reportagem questionou o que mudou em pouco mais de um mês, mas não houve resposta sore o tema.
“Entre outras medidas para a redução de valores, está a não obrigatoriedade de cobradores e até mesmo o repasse de recursos diretamente do Poder Executivo, ambos presentes em projeto de lei enviado ao Executivo”, traz a nota da prefeitura.