Campinas
Cepagri registra temperatura mais baixa desde 2000 em Campinas
Frio ficou abaixo do previsto, que indicava mínimas de 6°; estação do centro registrou 4,2° até as 7h da manhã
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30 de junho de 2021, às 17h32 • Última atualização em 30 de junho de 2021, às 20h45
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/campinas/cepagri-registra-temperatura-mais-baixa-desde-2000-em-campinas-1553083/
O Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp registrou em Campinas nesta quarta-feira (30) a temperatura mais baixa desde o ano 2000. A estação do centro registrou 4,2° até as 7h da manhã de hoje.
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Meteorologista do Cepagri, Bruno Kabke Bainy disse que o frio ficou abaixo do previsto, que indicava mínimas de 6°.
“Segundo registros do Cepagri para Campinas, a cidade não teve uma temperatura tão baixa desde julho de 2000, portanto 21 anos. A série de dados está razoavelmente completa”, disse o meteorologista do Cepagri.

A queda nos termômetros desta quarta-feira, que também foi recorde em Americana, está associada à formação do Ciclone Raoni.
“Uma frente fria associada a ele passou pelo Estado de São Paulo na terça-feira, e após essa passagem tem a entrada de massa de ar frio. O que aconteceu foi que essa massa de ar de origem polar é intensa e está fazendo uma trajetória mais continental, ao contrário de outras ocasiões, em que atuou no Sul e depois avançou para o oceano. Nesse caso, a entrada foi bem por dentro do continente”, explicou o pesquisador.
Os reflexos de Raoni estão sendo sentidos desde o Sul do país, com registro de neve na Serra Gaúcha, e também no Centro-Oeste. O quente Mato Grosso do Sul teve temperaturas negativas nesta quarta-feira.
Um ciclone é um centro de baixa pressão atmosférica que provoca movimentação do ar, resultando em tempestades e ventos fortes. As características do Ciclone Raoni, que está atuando em todo o país, chamaram a atenção dos pesquisadores. Ele já recebeu diferentes classificações dentro da meteorologia e apresentou características de furacão. Contudo, não oferece perigo.
“É o ciclone que vai proporcionar que massa de ar fria, de origem nos polos, migre em direção ao Equador, e essas massas de ar quente das regiões tropicais migrem em direção aos polos. É um mecanismo de equilíbrio térmico do planeta”, explicou o meteorologista.
O tempo deve seguir gelado nesta quinta-feira, com mínima de 7° e máxima de 20°, sem novas quedas de temperaturas. A partir de sexta-feira, o frio intenso deve ser amenizado, e a tendência é que o final de semana tenha temperaturas menos rigorosas na região.