A região de Campinas tem a terceira maior taxa de contágio do novo coronavírus (Covid-19) no Estado de São Paulo. O índice de reprodução (Rt) está em 1,75, atrás apenas da região de Ribeirão Preto, com taxa de 1,86, e Grande SP Oeste, com 1,76.

Os dados foram calculados pela plataforma SP-Covid-19 Info Tracker, da USP e Unesp, que monitora 92 cidades do Estado de São Paulo que concentram a maior parte dos casos de coronavírus.

“Pelo índice da região de Campinas, 100 pessoas infectadas teriam a capacidade de disseminar para outras 175. Essas 175, se manter a taxa, teria mais 300 contágios, e assim sucessivamente”, explicou o professor, que tem doutorado em Ciências da Computação e Matemática Computacional.

A taxa de contágio na região aumentou de forma vertiginosa em novembro, passando de 1,05 no dia 7 para 1,72 no dia 20. Em dezembro, apresentou uma tendência à estabilidade.

A boa notícia é que a plataforma projeta diminuição da taxa de contágio nas próximas semanas, devendo cair para 1,6. A má notícia é que esse índice ainda indica descontrole da pandemia.

“Uma taxa de 1,6 ainda é muito alta. Em resumo, a aceleração e novos contágios devem cair a velocidade, não haverá uma explosão. Mas ainda teremos bastante casos nos próximos dias”, disse Casaca.

No Brasil, esse índice está em 1,14, segundo estimativa divulgada nesta terça-feira pelo Imperial College de Londres, no Reino Unido. Pela margem de erro, essa taxa pode estar entre 1,24 e 1,09.

A tendência de queda pode ser explicada por algumas hipóteses, segundo Casaca, como o retrocesso para a fase amarela do Plano São Paulo e a própria redução da mobilidade da população. Contudo, ele ressalvou que a diminuição observada até o momento ainda é sutil.

Cálculo
O índice de reprodução é calculado por meio de um modelo matemático que considera três indicadores: casos ativos, óbitos e casos recuperados. Esse modelo alimenta uma inteligência artificial que estima os dados de cada região.

Além de quatro cidades da RPT (Região do Polo Têxtil), a plataforma também monitora na região Bragança Paulista, Campinas, Campo Limpo Paulista, Indaiatuba, Jaguariúna, Jundiaí, Paulínia e Várzea Paulista.

Mortes
Americana aparece em 19° lugar na lista de cidades com maior aumento de mortes e internações pelo novo coronavírus (Covid-19) nos últimos sete dias no SP-Covid-19 Info Tracker. A plataforma da USP e Unesp monitora 92 municípios do Estado.

A cidade viu as vítimas da pandemia aumentarem de 179 para 184 no período de uma semana, um acréscimo percentual de 2,79%. O número de internações passou de 46 para 48 em sete dias, um aumento de 4,35%.
Nesta terça-feira, a cidade contabilizou 88 novos resultados positivos de Covid-19, sendo 15 após realização de exames PCR e 73 após realização de testes rápidos. No total, Americana tem 7.109 moradores que se infectaram, dos quais 6.617 estão recuperados.

A enfermaria exclusiva de coronavírus no Hospital Municipal tem ocupação de 72% nesta terça-feira. Dos 18 leitos, 13 estão ocupados. Os leitos com respirador têm oito pacientes internados, o que equivale a uma ocupação de 47%.

“Tem mais óbitos acontecendo, casos aumentaram bastante, então é muito preocupante. Até as internações, que estavam sob controle, começaram a aumentar na região. É uma serie de métricas apontando para uma piora, e a região de Campinas não foge à regra”, disse o coordenador da Info Tracker, Wallace Casaca.