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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Cidades

Especialistas da região alertam para alta de casos de sífilis congênita

Aumento foi observado nos municípios de Americana e Sumaré; doença pode deixar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e má formação

Por Ana Carolina Leal

28 de abril de 2023, às 06h50 • Última atualização em 28 de abril de 2023, às 06h51

A doença é transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada para criança durante a gestação - Foto: Pixabay

O número de casos de sífilis congênita aumentou nas cidades de Americana e Sumaré, o que segundo especialistas, é preocupante, uma vez que indica falha no acompanhamento de pré-natal. A doença é transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada para criança durante a gestação, o que pode acarretar uma série de manifestações e até sequelas no bebê.

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Em Americana, os casos saltaram de seis, em 2021, para nove, no ano passado. E em Sumaré, de dois para oito no mesmo período. Hortolândia registrou dois casos por ano; Nova Odessa, nenhum; e Santa Bárbara d’Oeste viu as ocorrências caírem de 21 para 11.

Médica infectologista que atua no Hospital Unimed, em Americana, Ártemis Kílaris afirma que a alta de casos é um demonstrativo de que a saúde primária dos municípios está tendo falhas. “É um indicador péssimo para a cidade, uma vez que é uma doença prevenível e tratável”, pontua.

A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas. Segundo a especialista, para saber se a grávida tem a doença é necessário fazer um exame obrigatório em dois momentos da gestação: no primeiro e terceiro trimestre.

“Assim que diagnosticada, deve ser tratada o quanto antes, pois existe o risco de passar para o feto. Se isso acontecer, a criança poderá nascer com acometimento do sistema nervoso central, o que pode provocar retardo mental, cegueira e surdez. Também poderá ter má formação em face e membros”, alerta.

Para a infectologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi, os municípios que conseguem reduzir o número de casos da doença é porque oferecem atenção adequada às gestantes. Mas, afirma, precisam melhorar, porque o ideal é zerar, não ter sífilis congênita.

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A Secretaria de Saúde de Americana afirmou que vários fatores podem ter contribuído para o aumento dos casos, dentre eles a dificuldade no acompanhamento de algumas gestantes que não aderem ao tratamento; grávidas que descobrem a infecção tardiamente e até mesmo falhas no diagnóstico precoce durante o pré-natal.

“Na rede básica, onde os casos são detectados, os profissionais vêm sendo orientados a reforçar o uso dos protocolos vigentes em relação à gestante e ao recém-nascido”, afirma a pasta.

A Vigilância Epidemiológica de Sumaré diz que tem oferecido atualizações e treinamentos em sífilis para toda rede municipal de Saúde. “É preciso um olhar atento dos profissionais de saúde e principalmente da conscientização da população sobre a importância da prevenção e do tratamento”. 

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