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Densidade

Censo 2022 aponta que Hortolândia tem 3,8 mil habitantes por km²

Tanta gente em tão pouco espaço faz com que o município seja o 27º do Brasil com a maior densidade demográfica

Por João colosalle / Cristiani Azanha

03 de julho de 2023, às 07h40

Em março, prefeitura inaugurou obra do superviário, para facilitar o deslocamento entre regiões da cidade - Foto: Prefeitura de Hortolândia - Divulgação

O Censo 2022, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelou um aumento de 22% no número de habitantes por quilômetro quadrado em Hortolândia. A menor cidade da RPT (Região do Polo Têxtil) em área territorial tinha, no ano passado, 3.791 pessoas vivendo a cada mil metros quadrados. Tanta gente em tão pouco espaço faz com que o município seja o 27º do Brasil com a maior densidade demográfica.

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Conforme o LIBERAL mostrou na última semana, Hortolândia viu um crescimento populacional de cerca de 44 mil habitantes desde 2010. Divulgado na última quarta-feira, o Censo mostrou que o município alcançou uma população de 236.241 moradores.

Este avanço deve colocar a cidade, em breve, como a segunda mais populosa da RPT, à frente de Americana (237.247 habitantes) e atrás de Sumaré (279.546).

O crescimento, segundo especialistas ouvidos pelo LIBERAL, pode ter relação com uma característica marcante de Hortolândia: ser uma cidade-dormitório. O conceito define municípios próximos a metrópoles, para onde a população se desloca para trabalhar.

É comum que moradores de Hortolândia trabalhem em Campinas. Isso porque os custos de moradia costumam ser menores do que na metrópole. Esta atração de cidades-satélites não é exclusividade da região – já se repetiu em áreas como a da capital paulista, em municípios como Guarulhos e Mauá.

Veja como a população ocupa a Região do Polo Têxtil – Foto: Editoria de Arte – Liberal.JPG

O professor José Marcos Pinto da Cunha, titular no Departamento de Demografia do Instituto de Filosofia e Ciência Humanas e pesquisador do Nepo (Núcleo de Estudos de População), da Unicamp, lembra que o Censo de 2010 mostrou que uma boa parte da população economicamente ativa de Hortolândia trabalhava fora da cidade, principalmente em Campinas.

Essa necessidade de deslocamento, portanto, evidencia uma carência apontada por especialistas, que é a dificuldade de se locomover.

“As pessoas que trabalham em Campinas não contam com a estrutura que precisam, principalmente para quem não trabalha na área central”, afirma José Marcos.

“Para chegar a Barão Geraldo [em Campinas], por exemplo, um trecho que demoraria 15 minutos de carro pode durar mais de hora, pois é necessário pegar um ônibus até ao Centro de Campinas e depois outro para voltar para Barão Geraldo”.

Professor de geografia, geopolítica e sociologia, Rodrigo Sigoli Ferro aponta o mesmo problema. “O deslocamento não acompanha. Temos em regras, algumas rodovias, mas os acessos não são suficientes”, comenta.

“A infraestrutura da cidade também não comporta, principalmente na área central, que ainda conta com ruas pequenas e não comporta os espaços para estacionamentos de clientes”, acrescenta Rodrigo.

Em março, a Prefeitura de Hortolândia inaugurou o chamado superviário, um corredor de trânsito, de pouco mais de cinco quilômetros de extensão, para diminuir o tempo de deslocamento entre regiões da cidade.

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