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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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CASO MARIA CLARA

Crime brutal causa protesto em delegacia e agressão à imprensa

População "cercou" delegacia e ateou fogo em pneus; cinegrafista foi agredido

Por André Rossi

19 de dezembro de 2020, às 07h37 • Última atualização em 19 de dezembro de 2020, às 07h44

A morte da menina Maria Clara Calixto Nascimento, de 5 anos, provocou protesto na Delegacia de Hortolândia nesta sexta-feira (18). Antes disso, um cinegrafista da Record TV, afiliada da Record, foi agredido no local onde o corpo da criança foi encontrado. O veículo da emissora foi apedrejado.

Maria Clara foi estuprada e assassinada pelo padrasto, Cássio Martins Camilo, de 27 anos. O homem, que já tinha passagem por estupro, confessou o crime e foi preso.

Populares atearam fogo em pneus em frente à delegacia na sexta-feira – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O corpo foi encontrado em um terreno baldio na Rua Irmã Nazária Rita de Fillipi, no bairro São Felipe, região do Vila Real, próximo à casa da família. A criança estava dentro de uma caixa de papelão, coberta por plástico.

A imprensa já estava no local acompanhado as buscas. No momento em que a mãe da criança, a encarregada de produção Franciéle Kauane Viana Nascimento, 25, pegou o corpo no colo, um homem que estava no local começou a discutir com o cinegrafista.

O profissional de imprensa foi agredido com socos, mordidas e atingido por pedras. Na sequência, o carro da emissora também foi apedrejado.

Veículo da emissora foi danificado e cinegrafista acabou agredido – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O cinegrafista recebeu atendimento médico. Já o agressor não foi identificado.

Posteriormente, no início da tarde, populares revoltados com a morte  da menina “cercaram” a delegacia, localizada no Parque dos Pinheiros, e atearam fogo em pneus na entrada da Rua Flamboyant. A movimentação fez com que a polícia isolasse a entrada da delegacia.

Agentes da Polícia Civil tentavam acalmar os ânimos e pediam para que a população protestasse sem bloquear vias. O Corpo de Bombeiros apagou o fogo às 13h30.

Com gritos de ordem, a população pedia “justiça por Maria Clara”. Alguns moradores, mais exaltados, reivindicam que o homem fosse solto na rua.

Policiais militares conversaram com manifestantes para tentar conter a confusão – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Algumas bombas de estampido foram soltas por populares. Uma delas foi arremessada dentro do estacionamento da delegacia. Ninguém ficou ferido.

Por volta das 15h30, quando o padrasto já havia sido transferido para um presídio, a população dispersou e encerrou o movimento.

Família temia violência contra a mãe

Avó da menina Maria Clara Calixto Nascimento, de 5 anos – que foi morta pelo padrasto em Hortolândia -, a cozinheira Zuleide Viana, 52, relatou ameaças a sua filha, Franciéle Kauane Viana Nascimento, 25, na noite de quarta-feira (16). O temor de familiares era de que o padrasto agredisse a mulher, e não a menina.

O homem, identificado como Cássio Martins Camilo, foi detido e confessou o crime na manhã desta sexta-feira (18). Ele foi preso em flagrante.

Corpo da menina foi encontrado na manhã de sexta-feira em um terreno baldio – Foto: Reprodução

Segundo Zuleide, o casal estava junto há pouco mais de um ano. Eles brigavam “constantemente”, mas apenas de “boca”, nunca fisicamente. O LIBERAL apurou que Franciéle, Cássio e Maria Clara moravam há quatro meses no bairro Vila Real, em uma casa alugada.

“Quando foi na quarta-feira, ele brigou com a milha filha. Ela disse ‘não quero mais nada com você, cuida da sua vida’. Ele pegou a aliança e jogou fora”, contou Zuleide.

Na sequência, a cozinheira foi até o local e tentou falar com o homem. A discussão teria sido motivada pelo vício em drogas do homem. Segundo Zuleide, sua filha queria que ele mudasse de vida.

“Se não desse certo, para se viver separado. Cada um do seu lado, já era. Aí ele pegou, olhou pra mim e falou assim: ‘Pode ficar tranquila. O que eu vou fazer, eu vou acabar com a sua vida e da sua filha’. Na minha cabeça, ia ser com a milha filha” , contou Zuleide.

A avó disse que o homem tinha uma boa convivência com a criança, que nunca a agrediu e que a criança gostava dele. “Ele tratava super bem a menina. Nunca bateu”, comentou.

A tia da vítima, a encarregada Adriana Viana Nascimento, 45, também aponta que não havia problemas de convivência entre o homem e a criança.

“As vezes deixava a menina com a minha mãe, ele que buscava. Colocou uma máscara, né. Enganou todo mundo”, lamentou Adriana.

A família da mulher não tinha conhecimento que Cássio era acusado de estupro contra outra enteada, na cidade de Monte Mor, em 2018.

“Viemos saber depois que repercutiu o caso. […] Ele foi muito monstro, cara. Pegar uma criança indefesa e fazer uma barbaridade dessa. Eu espero que a justiça seja feita, que ele não saia para fazer com outras crianças”, disse Adriana.

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