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Hortolândia

Justiça nega soltura de líder religioso acusado de abusos em Hortolândia

Polícia Civil identificou até agora 20 vítimas dos supostos crimes de Eduardo Santana

Por Cristiani Azanha

24 de março de 2023, às 06h54

O juiz da 1ª Vara Criminal de Hortolândia, André Forato Anhê, negou nesta quinta-feira um pedido para a soltura do líder espiritual Eduardo Santana, de 36 anos, acusado de abusos sexuais. O magistrado considerou que não foram apresentados novos fatos que justificassem a revogação da prisão. O Ministério Público também tinha se manifestado pela permanência da custódia.

O advogado Claudio Ferreira Simão, que defende o religioso, esteve nesta semana na Penitenciária de Sorocaba, onde o réu está preso. “Tivemos acesso a novos elementos e pontos controversos que podem tornar possível a revogação da prisão. Como não conseguimos na primeira instância, iremos recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo”, disse.

Eduardo Santana foi indiciado por estupro, violação sexual mediante fraude e injúria racial. – Foto: Reprodução e Arquivo / Liberal

A Polícia Civil já identificou 20 vítimas de supostos abusos do líder espiritual. Ele foi preso no último sábado, momentos antes de iniciar seu trabalho em um centro de umbanda no Parque Santo Antônio, em Hortolândia. Santana foi indiciado por estupro, violação sexual mediante fraude e injúria racial.

O delegado da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Hortolândia, José Regino Melo Lages Filho, informou que novas vítimas podem agendar depoimento através do WhatsApp (19) 3887-1701.

AMEAÇAS. O LIBERAL conversou com uma das vítimas, uma jovem de 20 anos, que disse estar sofrendo ameaças através das redes sociais.

“Além de tudo o que passamos, ainda precisamos lidar com esse tipo de situação. Mas não me arrependo de ter denunciado e estamos colaborando para que ele possa ser responsabilizado”, afirmou.

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Ela disse que começou a frequentar o centro administrado pelo acusado há dois anos, quando ainda era casada. A mulher relatou que a aproximação, em um primeiro momento, é de acolhimento, até ele ganhar a confiança da vítima.

“Terminei meu casamento e depois de algum tempo conheci meu atual namorado, que chegou a frequentar o centro, mas se desentendeu com o Eduardo. Bastou que meu namorado se afastasse do centro para que ele começasse com o assédio, que tenho como provar nas mensagens de texto e áudio que tenho gravadas, que recebi de Eduardo”, explicou.

Outra jovem, de 19 anos, afirmou à reportagem que também foi assediada e vítima de comentários homofóbicos. “O Eduardo não aceitava o fato de que tinha me relacionado com outra menina. Dizia que eu era bonita e não precisava fazer isso. Como não aceitei as investidas, ele passou a dizer que sou preta e fedida”, desabafou.

O inquérito policial deve ser encerrado na próxima semana e encaminhado ao Judiciário, caso a investigação da Polícia Civil não seja prorrogada.

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