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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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Idosos e dependentes químicos

Dono e gerente de clínica clandestina são presos pela Polícia Civil em Nova Odessa

Ambos foram autuados em flagrante por cárcere privado, maus-tratos e furto de energia na tarde desta quarta-feira

Por Cristiani Azanha

29 de março de 2023, às 19h50 • Última atualização em 30 de março de 2023, às 10h13

O proprietário de uma clínica para idosos e dependentes químicos irregular no Parque dos Pinheiros, em Nova Odessa, Marcos Vinicius Pereira da Costa Reis, 36, e o gerente do local, Adriano Barreto Coelho, 50, foram presos em flagrante pela Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (29), por cárcere privado, maus-tratos e furto de energia elétrica. O advogado que representa os suspeitos não quis comentar o caso.

De acordo com a GCM (Guarda Civil Municipal), que deu apoio na ação policial, eles são os responsáveis pelo estabelecimento que estava lacrado desde 10 de fevereiro e, mesmo assim, mantinha 23 internos.

O inspetor da Guarda, Alan Goulart, afirma que os funcionários da CPFL estiveram na clínica e constataram que a energia chegava ao local por uma ligação clandestina diretamente do poste.

Mesmo lacrado, o local ainda funcionava e mantinha 23 internos – Foto: Junior Guarnieri / Liberal

“Também entramos e encontramos restos de comida espalhados pelo chão dos quartos e as camas não tinham lençóis. Os internos estavam em situação crítica”, disse.

Uma dona de casa ouvida pelo LIBERAL desabafou que mantinha o tio, com dificuldades de locomoção há seis meses no espaço. Ela alega que não tinha sido informada que a clínica tinha sido lacrada.

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“Não nos deixavam entrar no quarto do meu tio, pois diziam que era por conta das restrições da Covid-19. Não poderia imaginar que estava nessas condições”, disse.

Outra familiar, que também esteve na delegacia, relatou que seu irmão, que sofre de esquizofrenia, estava na clínica há dois anos.

“Nós pagávamos R$ 1,1 mil, mas não imaginava que estava em uma situação tão precária. Nos indicaram a clínica que era mantida por uma igreja evangélica e achava que seria cuidado. Ele só ficou na clínica, porque às vezes tinha surtos e não conseguia cuidar dele sozinha. O que encontramos parecia filme de terror”, desabafa.

Os suspeitos foram levados à delegacia de Nova Odessa e depois levados para Cadeia de Sumaré. Eles permanecerão detidos até serem apresentados às respectivas audiências de custódia, nesta quinta.

Pacientes foram todos removidos do local – Foto: Junior Guarnieri / Liberal

CASO
Em fevereiro, a Vigilância Sanitária, com apoio da GCM, interditou a clínica. Na ocasião, pelo menos 40 internos foram retirados ao longo do dia e levados para outra clínica, enquanto a prefeitura procurava por familiares.

Na época, a diretora da Vigilância Sanitária de Nova Odessa, Joseane Martins Gomes, afirmou que há um ano o setor estivera na unidade a pedido do MP (Ministério Público).

Os responsáveis foram advertidos para regularização da documentação e sobre problemas estruturais. “No local achamos pulgas e alguns internos estão com sarna e até berne”, relatou.

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