Um ex-dependente químico que estava na clínica desde maio de 2014 reclama de agressões constantes. Ele afirma que já teve o ombro deslocado e face afundada, em decorrência de socos. A clínica irregular, localizada no Parque dos Pinheiros, em Nova Odessa, estava lacrada desde 10 de fevereiro e, mesmo assim, mantinha 23 internos.

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“Tinha visita de familiares que moram em Limeira somente uma vez por ano. Mas no ano passado não recebi. Passei por um período de muita angústia e depressão.”

Outro homem que estava no local há seis meses, por conta de dependência por álcool, diz que dividia o quarto com outras seis pessoas.

“No mesmo quarto tinha vários tipos de internos. A comida era ruim. A gente comia arroz, feijão, ovo e às vezes cenoura. Nunca comia carne. O mais próximo disso era quando serviam macarrão com salsicha.”

Segundo ele, os funcionários sempre davam remédio forte para dormir. “Nós conhecíamos os pastores que cuidavam da clínica e achei que era um local bom para o meu irmão, que tem problemas psiquiátricos. Hoje [quarta] quando chegamos na clínica soubemos que a guarda estourou o cadeado do quarto, onde permaneciam trancados”, relata a irmã de outro interno.

Ela disse que como permaneciam trancados, se alguém passasse mal, não tinham como pedir ajuda.

A irmã do interno relatou ainda que levava remédios, materiais de higiene e calçados, como uma sandália de couro. “Para a minha surpresa, a sandália estava sendo usada por um voluntário da clínica. Esperamos que a polícia apure essa situação e responsabilize quem merece”, afirma.