EXCLUSIVO
Justiça arquiva inquérito e morte de ex-secretário de Nova Odessa fica sem solução
Único suspeito identificado, que foi preso e solto, não será denunciado pelo Ministério Público; assassinato ocorreu em 2021
Por João Colosalle
18 de junho de 2023, às 08h38 • Última atualização em 18 de junho de 2023, às 08h39
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/nova-odessa/justica-arquiva-inquerito-e-morte-de-ex-secretario-de-nova-odessa-fica-sem-solucao-1973703/
A Justiça determinou o arquivamento do inquérito policial que apurava a morte do ex-secretário de Governo de Nova Odessa, Marco Antonio Barion, o Russo. Ex-dirigente do PT em Americana, ele foi assassinado a tiros em dezembro de 2021, quando saía do condomínio em que morava, em Nova Odessa.
A decisão judicial, dada na última quarta-feira, ocorre após o Ministério Público na cidade concluir que a investigação realizada pela Polícia Civil não conseguiu apontar qual teria sido a participação do único suspeito preso no caso, nem identificar outros envolvidos. Com isso, o caso deverá ficar sem solução. Apesar do desfecho, o inquérito ainda poderá ser desarquivado se houver novas informações que possam ajudar a esclarecer o crime.
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Russo, considerado um dos principais secretários do governo do prefeito Leitinho (PSD), foi morto com 13 tiros na manhã de 6 de dezembro de 2021, uma segunda-feira. Uma das suspeitas era de que o crime tivesse motivação política ou relacionada a contratações públicas, algo que não foi esclarecido.
Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que Russo deixou o condomínio, de carro, e foi fechado por um Fiat Uno. Um dos ocupantes saiu do veículo, foi em direção ao carro de Russo e fez diversos disparos. Em seguida, retornou ao Uno e fugiu. A execução durou cerca de 20 segundos.
Em fevereiro de 2022, três meses após o assassinato, investigações da Deic (Divisão de Investigações Criminais) de Piracicaba levaram à prisão do empresário Paulo Sérgio de Santana, de 53 anos, morador do mesmo condomínio. Na ocasião, a polícia divulgou que ele teria sido o responsável por avisar os assassinos sobre a saída do então secretário do condomínio.
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A prisão do vizinho considerou ainda a análise de imagens de câmeras de segurança do prédio, que mostraram uma movimentação supostamente atípica do empresário no momento do crime. Contradições durante os depoimentos também pesaram contra ele.
Paulo ficou preso por quatro meses. Em junho, pouco antes de ser solto, uma testemunha protegida chegou a reconhecê-lo fotograficamente como uma pessoa que havia discutido com Russo, no estacionamento da prefeitura, poucos dias antes do assassinato. Tanto o MP quanto a juíza do caso, no entanto, entenderam que não havia uma descrição precisa da participação de Paulo no assassinato.

Em dezembro, um relatório do setor de homicídios da Deic reportou que as investigações não haviam localizado novas testemunhas ou identificado os autores do crime.
Em manifestação apresentada à Justiça na última semana, o MP informou que não apresentará denúncia contra o empresário e pediu o arquivamento do caso.
A Promotoria elencou os elementos contra o suspeito em relação ao crime, como a movimentação atípica no dia do crime, uma suposta discussão com Russo, um suposto interesse do empresário em contratos com a prefeitura, além de uma anotação em uma agenda que dizia “serviço do Uno”.
“Muito embora tais elementos apontem no sentido da possibilidade de algum envolvimento do averiguado [Paulo] com os eventos que são objeto dos autos, eles não fornecem indicativo de qual teria sido a (eventual) participação dele nos mesmos”, traz o documento do MP.