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COVID-19

Anúncio de Doria decepciona associações comerciais em Americana e SB

Entidades esperavam plano detalhado do governador, que disse que a reabertura vai priorizar setores de maior vulnerabilidade e menor risco

Por André Rossi

23 de abril de 2020, às 08h08 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 10h57

O anúncio do governador João Doria (PSDB) sobre a reabertura do comércio pós-quarentena decepcionou as associações comerciais de Americana e Santa Bárbara d’Oeste nesta quarta-feira.

A retomada será feita de forma a priorizar os setores de maior vulnerabilidade e menor risco para a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mas os detalhes de como isso vai acontecer só serão divulgados no dia 8 de maio, com base na evolução da doença nas cidades.

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Doria abriu a coletiva reforçando que nada muda até o dia 10 de maio, quando acaba a atual quarentena. Ele deixou claro que o fechamento pode voltar a acontecer caso seja necessário e que a reabertura não será feita de forma homogênea para todas as regiões do Estado.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Comércio segue fechado em Americana

“Os critérios da nova quarentena, a partir do dia 11, serão diferenciados e de acordo com dados científicos apurados por cidades e regiões do Estado de São Paulo. (…) Os detalhes só serão anunciados no dia 8 de maio se todas as circunstâncias permitirem. Estamos agindo com cuidado, com zelo e amparados na ciência. Sem precipitações de nenhuma ordem”, disse Doria.

O presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster, disse que havia expectativa de que o procedimento de reabertura fosse detalhado pelo tucano. Em sua visão, o comércio será muito impactado até o final da quarentena.

“A associação ficou decepcionada com o pronunciamento porque esperava que fosse alguma coisa efetiva, mais rápida. Em 20 dias muitas empresas vão quebrar. Na realidade, nós não temos caixa para tudo isso. E vamos supor que daqui 20 dias ele diga que ainda não é Americana [que vai poder reabrir]? Vamos supor que passe para dia 20 de maio. Ninguém aguenta”, lamentou Wagner.

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A Acia participou nesta quarta-feira de uma reunião com a prefeitura para debater a situação de comércio. No encontro, foi esclarecido pelo secretário de Negócios Jurídicos, Alex Niuri, que o município não tem poderes para reabrir o comércio, uma vez que a decisão estadual não pode ser abrandada.

Ficou definida a elaboração de um documento em busca de se poder debater as determinações do governador, “diante de um quadro diferente em relação à capital”.

“Ninguém aqui está se posicionando contra a quarentena, mas precisamos entender que a realidade de Americana e de muitos municípios é diferente da capital, por exemplo, e a economia vive uma situação extremamente preocupante. Tenho certeza que, com diálogo, há uma forma de se encontrar o meio termo”, afirmou Niuri.

“Frustração” foi a palavra utilizada pelo presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste), João Batista de Paula Rodrigues, para classificar o pronunciamento de Doria. A proximidade do Dia das Mães, comemorado no primeiro domingo do mês de maio, é um fator que gera preocupação.

“Estávamos tão otimistas que talvez fosse uma situação favorável, que talvez antecipasse alguma coisa, mas ele falou, falou e não falou nada, né. Não deu a certeza que vai voltar e deu essa dúvida ainda: será que não vai prorrogar? Ficou estranho”, comentou João.

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A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste disse que a cidade tem a obrigação legal de seguir o decreto estadual e a medida provisória da Presidência da República, sem margem de flexibilização.

“Qualquer medida em contrário esbarra em ações do Ministério Público e da Justiça revogando-as. Trabalhamos e desejamos que a retomada seja a mais breve possível”, informou o governo Denis Andia (PV).

‘Problemática ao extremo’

Conforme publicado pelo LIBERAL no dia 12 de abril, a RPT (Região do Polo Têxtil) está em uma região “problemática ao extremo” para a circulação do novo coronavírus, segundo alerta feito pelo professor da Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e membro do Comitê de Gerenciamento da Covid-19 no Estado de São Paulo, Carlos Magno Fonseca.

A universidade realizou um estudo que mapeou as duas formas pelas quais a Covid-19 vai atingir o interior do Estado. Uma delas é por meio da vizinhança e a outra é a presença de importantes eixos rodoviários ligados a São Paulo. Americana  e as outras quatro cidades da RPT se encaixam nessas duas situações.

“A região de vocês é problemática ao extremo. Ela tanto faz parte da macrometrópole quanto está à margem de uma artéria principal do estado de São Paulo de transmissão, que é a Rodovia Anhanguera”, afirmou Fortaleza ao LIBERAL.

Doria reforçou nesta quarta-feira que os municípios devem continuar seguindo as determinações do Estado, que acredita que o diálogo com os prefeitos será suficiente para que isso se mantenha, mas que caso os municípios não colaborem, adotará “medidas da ordem legal para que isto aconteça”.

A assessoria de imprensa do Estado foi questionada se a reabertura na RPT poderia ocorrer depois da “primeira etapa”, mas foi informado que não havia como precisar isso antes do dia 8 de maio. Todos os estudos serão levados em consideração para a tomada de decisão, assim como a evolução da doença nas regiões, segundo a assessoria.

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