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COVID-19

Nova carreata em Americana e Santa Bárbara pede abertura do comércio e rebate Doria

Ato que passará pelas duas cidades reúne centenas de pessoas, ao menos, na manhã deste sábado; participantes criticam fala de governador

Por George Aravanis/João Colosalle

18 de abril de 2020, às 11h31 • Última atualização em 18 de abril de 2020, às 18h49

A carreata que pede a reabertura do comércio em Americana e Santa Bárbara d’Oeste reuniu ao menos centenas de pessoas na manhã deste sábado (18).

O ato teve início em frente à loja Havan, em Santa Bárbara, por volta das 10h, e seguiu para a região central da cidade. Às 11h45, a carreata passava pela Avenida da Saudade, em Americana.

A manifestação foi organizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que também defende que o comércio volte a funcionar.

Um decreto do governador João Doria mantém lojas e estabelecimentos fechados desde o dia 24 de março. A medida foi prorrogada até o dia 10 de maio nesta sexta-feira.

A organização fala na participação de 4 mil veículos e 15 mil pessoas. A Polícia Militar, que acompanhou o protesto, estimou em 1,2 mil veículos e 2 mil pessoas.

Foto: Marcelo Rocha/O Liberal
Carreata passa pela Avenida Santa Bárbara, na manhã deste sábado

Entre os participantes, havia pessoas de máscaras, mas também diversas aglomerações na Havan. Era evidente também no ato a insatisfação com o comentário do governador, feito nesta semana, que minimizou e criticou a carreata realizada na segunda-feira (13). Falas e cartazes colados nos veículos criticam e pedem a saída do governador.

“Uma carreata com duas dúzias de veículos e pessoas gritando não me parece exatamente uma representação majoritária daquelas pessoas que vivem em Americana, na Região Metropolitana de Campinas”,  disse o governador, na quarta-feira (15).

Uma das maiores faixas do protesto, afixada em um caminhão estacionado em frente à loja, trazia também pedido de intervenção militar e citava o AI-5, ato institucional que endureceu a ditadura militar, em 1968, dando poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do regime em vigor no Brasil.

A movimentação reuniu comerciantes e empresários que relataram prejuízos com o fechamento imposto pela quarentena.

Guilherme Custódio, de 27 anos, que é dono de uma empresa de produtos para o setor têxtil, disse ao LIBERAL ter dispensado dois dos 10 funcionários, e que iria reduzir a jornada de outros. Ele afirmou defender a reabertura do comércio com restrições. Segundo Guilherme, sua empresa está sem faturar nada desde o início da quarentena.

Outra participante é Ana Lucia Santos, de 42 anos. Ela contou ao LIBERAL ter aberto uma loja de decoração e paisagismo logo quando a quarentena começou. Com a redução das atividades, disse ter perdido R$ 5 mil em flores. Ela também é favorável a reabertura com restrições.

O motorista de aplicativo Carlos Matheus Brandão Preto, de 23 anos, disse ao LIBERAL que está sem trabalhar desde o início da quarentena e que também não consegue renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ele levou dois filhos, pequenos, ao ato.

O pré-candidato a prefeito pelo PSL, Luiz Antonio Crivelari, distribuía máscaras aos presentes. Havia também manifestante com a camisa do partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar, a Aliança Pelo Brasil.

Estado critica

A gestão do governador João Doria criticou a nova carreata na região e chamou o ato de “a favor da pandemia”.

Questionado pelo LIBERAL neste sábado, sobre a nova carreata, o Estado afirmou que “defende o direito à livre manifestação, mas lamenta que ela seja a favor de uma pandemia que já matou, até o momento, 928 pessoas no Estado”.

O governo argumenta que a manutenção da quarentena é essencial para que o sistema de saúde comporte a demanda de pacientes e não aconteçam ainda mais óbitos.

Em nota, o Estado afirmou que tem “mantido o diálogo com a população e com os setores produtivo, de comércio e serviços e vai intensificá-lo para estruturar um plano de ação de reabertura das atividades a ser implementado assim que for possível flexibilizar as atuais restrições de funcionamento necessárias”.

“Enquanto isso não é possível, já liberou mais de R$ 650 milhões em empréstimos subsidiados para auxiliar as empresas a atravessarem a crise e concedeu incentivos às empresas optantes do Simples Nacional, que terão prazo adicional de 90 dias para pagar o ICMS devido”, informou o governo.

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