Região
Com salários em atraso, professores da Unimep decretam estado de greve
Se a universidade não aceitar a contraproposta dos docentes para quitação dos débitos, greve deve começar no próximo mês
Por Leonardo Oliveira
20 de fevereiro de 2020, às 08h01 • Última atualização em 15 de julho de 2021, às 10h44
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/regiao/com-salarios-em-atraso-professores-da-unimep-decretam-estado-de-greve-1152256/
Com salários e benefícios previdenciários em atraso desde o ano passado, os professores da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) decretaram estado de greve em assembleia realizada na última sexta-feira.
A Rede Metodista chegou a fazer uma proposta para pagar os débitos em oito parcelas, a partir do mês de maio, o que não agradou aos professores, que reagiram com uma contraproposta reduzindo o prazo para quitação.
O estado de greve é um movimento político em protesto à situação da universidade e não significa que as aulas vão ser suspensas, pelo menos até o fim do mês. “É um recado para a Unimep que, se não houver o cumprimento da contraproposta que nós enviamos ontem, entramos em greve. É um recado político que diz ‘vocês tem uma chance’”, disse a secretária-geral do Sinpro (Sindicato dos Professores de Campinas e Região), Conceição Fornasari.
Os profissionais deram até a próxima semana para que a Rede Metodista responda a contraproposta. Caso o retorno seja negativo ou a instituição não se manifestar, aí sim os docentes devem entrar em greve. “Se não tiver retorno, nós vamos entrar em greve. Se houver, vamos fazer uma assembleia em 3 de março para avaliar se está sendo pago”, acrescenta Conceição.
Em nota, o Instituto Metodista Piracicabano, entidade mantenedora da Universidade Metodista de Piracicaba, informou que já recebeu a ata oficial do Sinpro com o resultado da assembleia. “O conteúdo está sendo analisado e a Instituição avaliará um pronunciamento”.
A greve envolveria os campus de Santa Bárbara d’Oeste, Piracicaba e Lins.
Problemas relatados pelos professores
Salário de novembro não foi pago integralmente para a maior parte dos docentes
Salário de dezembro e o 13° salário não foram pagos
FGTS dos profissionais não está sendo depositado
Um terço das férias não foi pago – prazo era junho do ano passado
Não pagamento de aulas em regime especial, de aula de pós graduação e adicional noturno
O que a Unimep ofereceu?
O pagamento de todo esse montante em atraso em oito parcelas, a partir de maio, com pagamentos no quinto dia útil de cada mês
Contraproposta dos professores
Quitar o pagamento de novembro até o dia 28 deste mês
O restante dos valores em atraso serem pagos em quatro parcelas, a partir de 10 de março
Criação de uma comissão para estudar a questão do FGTS em atraso junto a Caixa Econômica
Pagamento imediato da dívida com professores (nos casos de regime especial, pós graduação e adicional noturno).
Demissões
Em novembro do ano passado, o LIBERAL noticiou que cerca de 30 professores haviam sido demitidos nos campus de Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba. A secretária-geral do Sinpro disse nesta quarta-feira que o número atualizado de dispensas é superior a 50. Na ocasião, a professora Cláudia da Silva Santana, que ocupava o cargo de reitora, também foi demitida.