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Educação

Escolas particulares defendem realização de ajustes no novo ensino médio

Apesar de protestos por revogação, unidades privadas defendem ajustes no novo formato

Por Ana Carolina Leal

08 de abril de 2023, às 08h29 • Última atualização em 08 de abril de 2023, às 08h35

A Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), bem como colégios privados de Americana, considera a possibilidade de suspensão do calendário de implementação do novo ensino médio, criado em 2017, um retrocesso. As instituições defendem ajustes para que o modelo funcione de maneira adequada e acessível.

Na última quarta-feira, foi publicada uma portaria do MEC (Ministério da Educação) que suspende por 60 dias os prazos de parte do cronograma nacional de implementação do novo ensino médio, iniciado no ano passado. A medida paralisa mudanças que também estavam previstas para serem implementadas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2024.

Professores e estudantes, com respaldo de sindicato de professores estaduais, em ato pela revogação do novo ensino médio em São Paulo – Foto: Kevin David / A7 Press / Estadão Conteúdo

A suspensão tem como objetivo aguardar a conclusão da consulta pública para avaliação e reestruturação da política nacional sobre o ensino médio. Em nota, a Fenep afirma que a implementação do novo formato está definida através de lei e deverá seguir seu curso normal até que nova legislação venha a ser aprovada pelo Congresso Nacional.

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A federação também tem orientado os sindicatos para que informem às escolas para manter o planejamento pedagógico programado para o ano letivo de 2023. “O que o MEC deve definir – e para isto que foi formada uma comissão – é como será realizado o Enem de 2024”, afirma Bruno Eizerik, presidente da Fenep.

Coordenadora pedagógica do ensino médio do Colégio Dom Bosco, Claudia Presotto afirma que suspender a implementação seria um retrocesso, porém, pensando nas escolas públicas, diz que o correto seria mudar as políticas públicas para proporcionar esse novo formato na forma adequada e acessível para o Brasil todo.

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“Na teoria, a proposta é moderna, afinal de contas estávamos em um modelo linha de produção, muito focado só em atender demandas dos vestibulares e Enem e isso tudo mercantilizou a educação. As escolas se perderam do que é realmente educar, para focar somente nas provas. E com a reforma do ensino médio, tivemos autonomia para desenvolver muito mais competências”, comenta.

Para a diretora do Colégio Americana, Adriane Santarosa, toda mudança requer um tempo de adaptação. “Ao invés de se propor a suspensão, por que não pensam em ajustes que poderão levar a grandes mudanças ao longo da trajetória. Sou a favor de ajustes, mas não de uma modificação radical”.

Professor e consultor educacional, Jair dos Santos Junior acredita que o ministro da Educação, Camilo Santana fez um “freio de arrumação”.

“Ele está sensível que o processo precisa ser melhor discutido. Não dá para implantar o novo ensino médio assim, no sobressalto. Mas não acredito que será o fim do modelo. Penso que é um freio para adequação porque o processo foi pensado lá atrás para ser discutido, aprofundado nos estados, com conselhos estaduais e municipais, o que não aconteceu nos quatro anos da gestão Bolsonaro”.

Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que dialoga com os estudantes e rede escolar, buscando aprimorar de forma colaborativa as estratégias. A pasta estuda ajustar o formato para que se tenha menos itinerários – disciplinas extras – e novas abordagens exploradas, de forma que possa ocorrer reavaliação da distribuição da carga horária.

ENTENDA
Como é o novo ensino médio, alvo de discussão no País

1- O novo formato foi aprovado pelo Congresso em 2017 e se tornou obrigatório em 2022 para todas as escolas do País;

2- A lei estipula aumento progressivo da carga horária. Antes, eram, no mínimo, 2,4 mil horas-aula no ensino médio inteiro. No novo modelo, a carga deve chegar a 3 mil horas;

3- Desde o ano passado as disciplinas tradicionais passaram a ser agrupadas em áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas);

4- A partir deste ano, cada estudante passou a poder montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas (os chamados “itinerários formativos”) nas quais se aprofundará;

5- O ensino de língua portuguesa e matemática é obrigatório nos três anos.
A lei não estipula um número mínimo de aulas dessas disciplinas por semana.

Fonte: Ministério da Educação

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