VIOLÊNCIA
Número de homicídios quase dobra em abril na região
RPT contabilizou 11 casos no mês passado; seis ocorrências foram registradas no mesmo período de 2022
Por Ana Carolina Leal
27 de maio de 2023, às 10h12 • Última atualização em 27 de maio de 2023, às 10h13
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/regiao/numero-de-homicidios-quase-dobra-em-abril-na-regiao-1962432/
O número de homicídios voltou a crescer na RPT (Região do Polo Têxtil) no mês de abril. Foram registrados 11 casos, quase o dobro na comparação com o mesmo período de 2022, quando seis pessoas morreram assassinadas em Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia.
Considerando só os meses de abril, a quantidade de homicídios deste ano é a maior desde 2018, quando também houve 11 ocorrências desta natureza. Em 2017, foram 14. Os dados foram compilados pelo LIBERAL com base nas estatísticas da SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo.
Em abril deste ano, Sumaré liderou o ranking com o maior número de homicídios. Foram quatro. Na sequência, aparece Hortolândia com três e Americana e Santa Bárbara com dois casos cada um. Nova Odessa não teve registro.
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Delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, Lúcio Antonio Petrocelli defende o fortalecimento da inteligência policial para reduzir os índices de criminalidade. “Tendo esse investimento pelo Estado, a tendência é do controle do crime.”

Segundo o delegado, esse fortalecimento tem ocorrido e prova são as quadrilhas especializadas em golpes, que vem sendo desbaratinadas.“É um trabalho de formiguinha, de investigação, no dia a dia, para monitorar o tráfico, para saber onde estão os veículos e cargas roubadas.”
De acordo com Petrocelli, entre os homicídios podem ter casos de feminicídio, que fogem um pouco da alçada de prevenção ou repressão da polícia criminal. E também ocorrências relacionadas com disputa por vendas de drogas ou questão pessoal envolvendo o crime organizado.
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Coronel aposentado da PM (Polícia Militar) de São Paulo e consultor em segurança, Ronaldo Pontes Furtado afirma que a droga é a grande mola propulsora da maioria dos delitos.
Segundo o coronel, atualmente, existe um consenso de não se prender mais ninguém, o que gera uma sensação de impunidade.
“Hoje, no Brasil, um réu primário não vai para cadeia. Talvez na segunda ou terceira reincidência, o que provoca um desânimo na atividade preventiva da polícia. O que deveria ser uma base sólida, fica fragilizada e o que passa a funcionar é a repressão, ou seja, troca de tiros e prisões feitas posteriormente aos delitos”, conclui.