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Notícias que inspiram

Projeto Mão Amiga do Vale: impactando vidas e operando ‘milagres’ por amor

Iniciativa tem como objetivo transformar a vida de comunidades do Vale do Jequitinhonha

Por Jucimara Lima

10 de julho de 2022, às 11h49 • Última atualização em 10 de julho de 2022, às 11h51

Almenara, Minas Gerais, está localizada a 1400 km de Americana e faz parte do famoso Vale do Jequitinhonha, uma região conhecida por causa de seus baixos indicadores sociais. Em 2013, o empresário limeirense Daniel Aragão, 61 anos, começou uma conexão com as pessoas da região, o que posteriormente resultaria na criação do projeto social “Mão Amiga do Vale”, cujo objetivo é ajudar das mais variadas maneiras.

Unidos, casal de Americana e empresário limeirense comprovam a importância de ser “beija-flor” – Foto: Marcelo Rocha – Liberal.JPG

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Atualmente, a ação, que entre outros voluntários, conta com a ajuda do casal de Americana Adilson José Boiança Lourenço, 61, e sua esposa, Sandra Maria Pazini Boiança Lourenço, 64, atende pessoas do Distrito de Pedra Grande e das comunidades de Laranjeiras, Malissa e Pratinha, totalizando cerca de 50 famílias.

Muito além das cestas básicas mensais, o projeto aos poucos tem mudado a realidade das pessoas, já que, entre outras coisas, está devolvendo dignidade, promovendo cidadania, possibilitado o acesso à saúde e até restabelecendo o direito de sonhar.

O começo. Tudo começou quando um amigo de Daniel, conhecendo seu prazer em ajudar ao próximo, pediu doação para comprar próteses dentárias para pessoas do vale. Passados três anos, ele sentiu o desejo de conhecer a região, algo que fez junto a um grupo de amigos, em novembro de 2013. Nascia assim o projeto que caminha para sua primeira década de vida. De acordo com Daniel, um dos principais problemas enfrentados pelas pessoas da região é a escassez hídrica, assim como a pobreza extrema. “Não tem para quem pedir ajuda. A renda deles vem basicamente daquilo que o governo distribui através de projetos sociais. Muitos deles, têm filhos sem registro. Eles até querem trabalhar, mas a pobreza entrou dentro deles. De tanto lutar e não conseguir, eles acabaram ficando em um ciclo vicioso. Então, o nosso projeto é tentar reverter a realidade de algumas famílias”, relata.

Dentro desse contexto, Daniel comemora a compra de uma máquina de fazer tijolos, que levará para lá agora no final de julho, quando fará mais uma de suas visitas. “Eu vibro com eles e com aquilo que eles conseguem. Compramos essa máquina de fazer tijolos e eles vão produzir para a construção de suas casas. Com o tempo, o que exceder será vendido”, explica.

Levando Vida. Atualmente, uma das iniciativas mais relevantes do Mão Amiga do Vale é levar água aos moradores da região. Daniel conta que para isso eles estão revitalizando nascentes, através de plantas nativas. “O Adilson nos ajudou bastante nisso. Através de um técnico daqui, ele conseguiu viabilizar a ação. Aí, fomos à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e começamos o trabalho. Iniciamos com um e agora já estamos com dez nascentes. Hoje, estamos interligando os canos e vamos levar água para 12 famílias, o que atenderá cerca de 70 pessoas”.

Para explicar as razões do projeto, que além de doações também leva atendimentos (odontológicos, psicológicos, jurídicos, entre outros), assim como ideias para a implantação de produções locais que possam gerar renda, ele usa a conhecida história do beija-flor que tenta apagar o fogo da floresta sozinho e serve de exemplo para o elefante, que ao ver o esforço do pequeno, se inspira e entende que todos podem fazer algo. “Nós somos como o beija-flor e esperamos encontrar alguns elefantes. Naquele lugar, não tem para quem pedir o pão. Eles são nossos irmãos e precisam comer. Então, eu creio que, se cada um fizer um pouquinho, vamos conseguir fazer muita diferença”, emociona-se.

Outros Impactados. Apaixonado pela missão, o consultor Adilson faz parte do projeto desde outubro de 2021 e diz que uma vez impactado com a realidade do Vale do Jequitinhonha, não é possível ficar sem fazer nada. “Lá tem um carrapatinho que eles chamam de miudinho. Eu brinco que uma vez que você andou por lá no mato e ele te picou, você vai sempre voltar. Foi o que aconteceu com a gente”, relata ele, que em outubro, juntamente com a esposa Sandra, fará parte de uma comitiva que viajará para lá novamente.

Para Sandra, o que mais impressiona em tudo é justamente o comportamento dos moradores da região. “Chegando lá, fiquei impressionada com o tamanho da pobreza, mas principalmente com a alegria que eles têm, que por incrível que pareça é muito maior.”

Recentemente, ela promoveu um chá em Americana para arrecadar fundos para o projeto, ação que reuniu 90 pessoas e foi bem positiva.

O casal conta que uma das histórias mais marcantes foi a de uma garotinha, no dia em que foi implantada a primeira caixa d’água. “Nós ainda estávamos ajustando e começou a pingar. A menina correu, pegou uma bacia, encheu e depois sorriu e gritou animada: olha gente, quanta água eu salvei”, para eles, um reflexo do quanto esse trabalho é importante. “Teve até gente que dizia que a água era um milagre e que só poderia ser coisa de Deus”, relembram.

Para quem quiser conhecer detalhes do projeto, acompanhe no Instagram: @maoamigadovale. 

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