PRIMEIRO FILHO
Rede de apoio ajuda pais a terem momentos a sós
Mães e pais não devem hesitar em pedir ajuda para garantir momentos a dois
Por Isabella Holouka
16 de abril de 2023, às 10h39
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/regiao/rede-de-apoio-ajuda-pais-a-terem-momentos-a-sos-1940896/
Ao mesmo tempo em que os primeiros filhos apresentam um amor infinito e incondicional, introduzem suas mães e pais em uma rotina de cuidados que, principalmente nos primeiros meses de vida, tende a ser exaustiva. Em meio ao sono conturbado do bebê, rotina de amamentação, possíveis cólicas, cuidados médicos recorrentes e escolhas sobre a maneira de cuidar e educar, o casal também precisa se preocupar com o relacionamento a dois. Além de estarem conscientes das dificuldades desta fase, ter uma rede de apoio se mostra fundamental.
“Assim que chega o primeiro filho, muitas questões entram em choque, muitas expectativas, moldes já vivenciados com os pais que irão reverberar na hora de cuidar e criar o bebê. É necessário acordo em relação às diferenças para criar um novo ser humano. Também aumenta a responsabilidade que o casamento dê certo. O aprendizado é constante, manter a serenidade e praticar a escuta um do outro, não esquecendo princípios básicos que os uniu”, introduz Leila Patrícia Ferreira Perroni, psicanalista clínica que atende em Americana, inclusive com terapia de casal.
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A rede de apoio é um conjunto de pessoas, familiares, amigos ou até pessoas contratadas, interessadas em ajudar na rotina da família, especialmente para evitar momentos de sobrecarga física e mental. “Suporte, entendendo que a mãe e o casal precisam de momentos para si e que as atividades precisam ser divididas entre as pessoas que fazem parte da vida do bebê”, explica a psicanalista, ressaltando a importância da sintonia de valores entre essas pessoas.
Participar de grupos de apoio, promoção de saúde e planejamento da gestação e pós-parto, encontrados na rede pública ou através do pré-natal em convênios particulares, também são opções, além de grupos pelas redes sociais. Outra dica é, aos poucos, fazer amizades nos consultórios pediátricos, parques e outros locais que frequentarem em família.
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O importante, segundo Leila, é que os pais busquem ajuda sempre que necessário. “Não tenha vergonha e explique que tipo de ajuda precisa. Às vezes, as pessoas querem ajudar, mas nem sabem como, principalmente familiares e amigos que ainda não têm filhos. Converse e confie nessas pessoas”, afirma.
‘Vale-night’
Momentos de conversa, de curtir o parceiro, cuidar da vida social e sexual podem parecer mais raros diante da rotina corrida com um bebê recém-nascido, mas precisam continuar acontecendo. Então, a rede de apoio entra em ação, possibilitando mais qualidade nas atividades a dois.
“A convivência do casal é a responsável por manter a paixão inicial, o companheirismo. Não precisa tirar férias do filho, mas sim pequenos momentos… Uma caminhada, fazer uma compra, jantar, pequenas coisas rotineiras que faziam antes do filho chegar”, aponta Leila.
Embora o desinteresse sexual também seja comum, tanto na gravidez como no pós-parto, Leila incentiva a criação de uma rotina, com o objetivo de fortalecer laços de intimidade sexual. A ideia é que o casal se esforce para conversar sobre o assunto e todos os sentimentos envolvidos de maneira natural, o mais cedo possível.
“O casal deve estar alinhado e comprometido em investir na relação, cuidar do sexo da mesma maneira que cuida da carreira, da casa, cuidados com a criança, etc. Usar a criatividade e a intimidade, não deixar adormecer a chama da energia sexual”, explica.
Por outro lado, a vida social individual também precisa ser olhada com atenção e equilíbrio entre as partes. Se o pai estava acostumado a jogar futebol semanalmente, por exemplo, é natural a vontade e a satisfação ao continuar com este hábito social, mas se a mãe não tiver condições de também fazer algo que gosta, provavelmente haverá conflito. Além disso, o revezamento nos cuidados do bebê é saudável, ajuda a evitar a sobrecarga da mãe e contribui para a criação de laços entre todos.
“Mamães devem sim contar com os papais, para dar banho na criança, Não é porque a mãe amamenta que a criança depende exclusivamente dela. Os pais são capazes de cuidar dos filhos, no primeiro choro não saia correndo tirar do colo do papai”, orienta.