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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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Região

Região terá radar estimado em R$ 6 mi para prever eventos climáticos extremos

Equipamento será adquirido pela Unicamp e será operado pelo Cepagri; previsão é que entre em operação no primeiro semestre de 2024

Por Ana Carolina Leal

26 de fevereiro de 2023, às 09h08 • Última atualização em 26 de fevereiro de 2023, às 09h09

Chuvas intensas e volumosas têm se tornado frequentes nos últimos anos nas cidades da região - Foto: Arquivo Liberal

A Unicamp deve contar no primeiro semestre de 2024 com um radar meteorológico estimado em R$ 6 milhões para prever eventos climáticos extremos na RMC (Região Metropolitana de Campinas), que engloba as cidades da microrregião como Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia.

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O pregão para compra do equipamento está marcado para 9 de março. A empresa ganhadora terá um ano para fabricação e entrega. A aquisição será resultado de um acordo da universidade com a Agemcamp, autarquia estadual que atua para integrar ações de comum interesse dos 20 municípios que englobam a região.

Atualmente, o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas) da Unicamp e a RMC não têm radar, considerada a ferramenta mais eficaz para ajudar a prever eventos extremos. O mais próximo é um da Força Aérea Brasileira, em São Roque.

A meteorologista Ana Avila fala sobre microexplosão em evento – Foto: ANTONIO SCARPINETTI_SEC_UNICAMP

De acordo com a pesquisadora do Cepagri, a meteorologista Ana Avila, a ideia de comprar o radar ganhou força depois que Campinas, em junho de 2016, registrou um fenômeno climático conhecido como microexplosão.

Os ventos fortes e muitos raios deixaram cerca de 100 mil pessoas sem energia elétrica e destruíram pelo menos 100 árvores, além de provocarem destelhamento de casas e outros estragos pela cidade. “O radar é a única ferramenta capaz de identificar as nuvens, a formação, o deslocamento de tempestades, de chuvas, até mesmo a caracterização”, afirma Ana Avila.

A pesquisadora explica que o radar possui uma antena que envia um pulso de energia.

E esse pulso, ao encontrar gotículas de água, retorna à origem, o que permite fazer um mapeamento de onde está chovendo, qual a intensidade e as correntes. “Faz um raio-x das nuvens, mostra se tem gelo, se não tem”, diz.

No caso da microexplosão ocorrida em Campinas, por exemplo, Ana afirma que a presença do radar teria permitido um sistema de alertas estruturado e isso poderia, mesmo que com pouco tempo, informar a Defesa Civil do que estava por vir.

Atualmente, as previsões do tempo são realizadas a partir de modelos numéricos para dias, enquanto as estações meteorológicas fazem monitoramento. Já os radares oferecem dados imediatos sobre horas posteriores, podendo fazer uma varredura a cada dez minutos.

Dependendo da previsibilidade do fenômeno climático – um tornado, por exemplo, é praticamente imprevisível -, o futuro radar permitirá avisos e alertas com antecedência sobre a proximidade de eventos extremos.

“É um equipamento extremamente rico para pesquisas sobre o clima, agricultura e recursos hídricos”, enfatiza Ana. De acordo com ela toda questão que envolve a operação do radar sempre será planejada e executada com a Defesa Civil. 

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