Região
Seis moradores da região têm prisões mantidas por vandalismo em Brasília
Eles foram detidos por conta dos atos no último dia 8; outros três acabaram liberados
Por Rodrigo Alonso
20 de janeiro de 2023, às 07h57 • Última atualização em 20 de janeiro de 2023, às 20h56
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/regiao/seis-moradores-da-regiao-tem-prisoes-mantidas-por-vandalismo-em-brasilia-1896962/
Seis moradores da RPT (Região do Polo Têxtil) tiveram as prisões mantidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), entre esta quarta e quinta-feira, por conta dos atos golpistas ocorridos no último dia 8, em Brasília. Outros três foram liberados.
Um dos que continuarão presos é o comerciante Carlos Alberto da Silva Nascimento, 37, que se candidatou a vereador em Sumaré nas eleições de 2020, pelo PSL, e acabou derrotado com 100 votos. No pleito, seu nome de urna era “Irmão Carlos”.
De Sumaré, também há o autônomo Givair Batista Souza, 49, e o operador de máquina Davi Emanuel Pereira Domiciano, 41.
Além deles, Moraes também manteve detidos a faxineira Edineia Paes da Silva dos Santos, 37, de Americana; o motorista de transporte por aplicativo Dirceu Ribeiro da Assunsão, 54, e Haroldo Wilson Roder, 57, ambos de Nova Odessa.

Conforme o LIBERAL noticiou no último dia 14, em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, Edineia, Davi e Dirceu negaram participação no vandalismo e nas agressões aos agentes de segurança.
Os seis moradores da região aparecem numa lista de 740 pessoas com prisão preventiva decretada. Todos passaram por audiência de custódia.
O ministro apontou evidências dos crimes de atos terroristas, inclusive preparatórios, bem como de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime. No entanto, a lista não individualiza o crime cometido por cada um dos presos.
O advogado de Edineia, Diego Alves, afirmou que ainda não teve acesso à decisão sobre sua cliente, pois foi contratado recentemente e ainda não está habilitado no processo, que corre em segredo de Justiça.
“Saliento, no entanto, que todas as medidas cabíveis serão adotadas o mais rápido possível para restabelecer a liberdade da senhora Edineia”, acrescentou. A reportagem não localizou a defesa dos demais.
Os três liberados, por outro lado, são Arioldo Rodrigues Júnior, 59, e o jardineiro Izaias Roberto da Silva, 53, ambos de Americana; e Clovis Pierotti de Oliveira, 55, de Sumaré.
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Eles estão entre 335 pessoas que obtiveram liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares. De acordo com Moraes, quanto a esse grupo, não existem provas de prática de violência, invasão dos prédios e depredação do patrimônio público.
Portanto, ele entende que a prisão pode ser substituída por penalidades como: recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana com o uso de tornozeleira eletrônica, suspensão de quaisquer documentos de porte de arma e proibição de ausentar-se do País, usar as redes sociais e comunicar-se com os demais envolvidos, entre outras.
PRESOS. Ao menos 11 moradores da região foram presos por causa da invasão às sedes dos Três Poderes, conforme relação disponibilizada pela Seape (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) do Distrito Federal.
Mas, por enquanto, dois deles seguem com a situação indefinida: o comerciante Harlei Marcos Cittadino, 50, e a inspetora de alunos Maria Aparecida Medule, 51, que residem em Americana. Os casos ainda seriam analisados pela Corte, responsável por decidir quem continua preso e quem pode responder em liberdade.
Advogado relata problema para contato
O advogado de um dos presos da RPT (Região do Polo Têxtil), que pediu para não ser identificado, relatou ter dificuldades para fazer contato em Brasília. Ele contou que, até esta quinta, ainda não tinha conseguido falar com seu cliente e sequer havia sido habilitado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no processo judicial sobre os atos ocorridos em Brasília.
O profissional apontou que pede sua habilitação junto ao Supremo desde semana passada e que já solicitou, inclusive, a revogação da prisão. “Está complicado. O diálogo com os caras está bem restrito”, disse o advogado, que foi contratado por familiares.
Segundo ele, os parentes também não conseguiram contato e souberam da prisão por meio da imprensa. “A imprensa fica sabendo primeiro que o advogado”, comentou. O profissional afirmou que ainda vai viajar para Brasília.