Saúde
Hospital Santa Bárbara tem déficit de R$ 700 mil por mês, diz presidente
Mantenedora da unidade afirma que não recebe reajuste do SUS há 20 anos
Por Cristiani Azanha
04 de agosto de 2023, às 08h05
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/s-barbara/hospital-santa-barbara-tem-deficit-de-r-700-mil-por-mes-diz-presidente-2000264/
Sem reajuste do SUS (Sistema Único de Saúde) há 20 anos, a Santa Casa de Misericórdia de Santa Bárbara d´Oeste, mantenedora do Hospital Santa Bárbara, diz que a conta não fecha no fim do mês. O déficit mensal, segundo o presidente da organização, Aparecido Donizetti Leite, fica em torno de R$ 700 mil, mesmo com repasses do governo federal, estadual, apoiadores e convênio com a prefeitura. O assunto foi discutido no programa Liberal no Ar, da Rádio Clube (580 AM), nesta quinta-feira.
Atualmente, do total de atendimentos, 95% são gratuitos . “O gasto mensal é de R$ 4,8 milhões. Desse valor, R$ 1,3 milhão vem do SUS, R$ 2 milhões da prefeitura e R$ 136 mil do Estado, além de apoiadores como empresas. Nunca conseguimos deixar em ordem”, explica Leite.
Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp
Em maio deste ano, os vereadores aprovaram o projeto do Executivo que vai destinar um repasse de R$ 58.347.728,88 para a Santa Casa de Misericórdia.
Siga o LIBERAL no Instagram e fique por dentro do noticiário de Americana e região.
O único hospital que atende SUS na cidade conta com 45 leitos para atendimentos clínicos, 11 para cirurgias, 20 maternidade, seis pediatria,18 UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), quatro centro obstétrico e quatro para salas de cirurgia.
“Estamos com 100% dos leitos de UTIs ocupados. Se mais algum paciente precisar, vai necessitar entrar na fila da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), que vai procurar um hospital mais próximo na região”, afirma o presidente.
Outro problema enfrentado na cidade, de acordo com Leite, é a falta de uma UTI neonatal. “Felizmente, não temos nenhum pequeno paciente precisando. Mas quando têm uma emergência, quem nos apoia é o Hospital Estadual Sumaré”, afirma.
Segundo ele, apesar das discussões que já foram realizadas com representantes da câmara e prefeitura, a criação de uma UTI neonatal não é uma tarefa tão simples. Apesar da unidade dispor de espaço físico, o custeio é outro agravante.
“Não conseguimos abrir poucas vagas, precisamos que sejam a partir de dez, dessa forma, além de necessitarmos de pelo menos R$ 2,5 milhões para a reforma e R$ 150 mil para aquisição de equipamentos, vamos precisar de mais R$ 700 mil para pagamento da equipe de saúde, materiais e remédios. Não temos condições de assumirmos mais esse valor mensal”, enfatiza Leite.