Crime
Monitor é condenado a 30 anos de prisão por feminicídio em Santa Bárbara
David Vieira Ferraz da Cruz pegou pena máxima em Tribunal do Júri no início da semana; defesa vai recorrer
Por Leonardo Oliveira
03 de março de 2021, às 16h01 • Última atualização em 03 de março de 2021, às 17h58
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/s-barbara/monitor-e-condenado-a-30-anos-de-prisao-por-feminicidio-em-santa-barbara-1452325/
O Tribunal do Júri de Santa Bárbara d’Oeste condenou na última segunda-feira (1º) o monitor David Vieira Ferraz da Cruz a 30 anos de prisão pela morte de Eva Paula de Lima, sua companheira e com quem teve um filho. O crime foi cometido em fevereiro de 2020.
David foi acusado pelo (Ministério Público) de ter agredido a mulher e de tê-la matado por asfixia. O júri popular decidiu por quatro votos a três que o homem era culpado – depois disso, a juíza Camilla Marcela Ferrari Arcaro deu pena máxima ao monitor.

Ele sofreu condenação por homicídio triplamente qualificado – incluindo como qualificadores o motivo fútil (insignificante), com recurso que dificultou a defesa da vítima e pela condição de sexo feminino (feminicídio).
Ao LIBERAL, o advogado responsável pela defesa do réu, Renan Farah, adiantou que vai recorrer da sentença por entender que a decisão dos jurados foi contrária às provas do processo. Ele irá pedir a diminuição da pena.
“A defesa lamenta muito o resultado, que, por um voto, teria sido completamente diferente e devolvido o pai de família ao seus filhos. Vamos recorrer, temos embasamento jurídico e técnico para apelar por novo júri”, afirmou.
O crime aconteceu na madrugada do dia 22 de fevereiro de 2020, na casa de Eva, no Jardim São Francisco II, em Santa Bárbara. A mulher estava junto com o monitor no momento de sua morte. O rapaz saiu da casa pedindo socorro – uma vizinha ouviu a situação e chamou a polícia.
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No local, policiais ouviram de David que a companheira havia se suicidado e que ela tomava remédios para depressão. Como Eva estava com dois afundamentos no crânio e uma faca de cozinha com a ponta deformada foi localizada no imóvel, o monitor acabou preso como o principal suspeito do feminicídio.
A perícia técnica realizada no corpo da vítima indicou que havia sinais de agressão recente no antebraço e mão esquerda, além das lesões no crânio. David foi preso preventivamente desde então e deverá continuar em cárcere durante a fase de recurso.
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Para calcular a pena, a juíza escreveu que as circunstâncias do crime mostraram “extrema frieza” do acusado e que ele causou “consequências graves do crime aos familiares, já que o acusado provocou a morte precoce de uma mulher de 35 anos, saudável, mãe de seu próprio filho, o qual carregará este trauma para o resto de sua vida”, diz um trecho da sentença.