Santa Bárbara
Vereador de Santa Bárbara é acusado pelo MP de se passar por policial civil
Caso envolvendo Nilson Araújo Radialista aconteceu em outubro de 2021 no Pronto-Socorro Dr. Edison Mano
Por Cristiani Azanha
17 de março de 2023, às 07h59 • Última atualização em 17 de março de 2023, às 14h57
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/s-barbara/vereador-de-santa-barbara-e-acusado-pelo-mp-de-se-passar-por-policial-civil-1925553/
O MP (Ministério Público) denunciou o vereador de Santa Bárbara d’Oeste Nilson Araújo Radialista (PSD) por se passar por policial civil para entrar no Pronto-Socorro Dr. Edison Mano, em outubro de 2021, no pico da pandemia da Covid-19.
Ele usava uma identificação funcional do Legislativo que é semelhante com a da corporação, mas teria confirmado que era policial, segundo versão do segurança da unidade. O parlamentar foi procurado pelo LIBERAL para falar sobre o assunto, mas informou que emitiria uma nota somente nesta sexta-feira. À polícia, ele negou que tivesse se identificado como policial.
Em audiência realizada no MP, no último dia 7 de fevereiro, a Promotoria chegou a oferecer um acordo para evitar a denúncia contra o vereador, que é acusado pelos crimes de abuso de autoridade, falsa identidade e uso indevido de símbolo da Polícia Civil.

O acordo previa o pagamento de dois salários mínimos que seriam revertidos para o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente se Nilson realizasse a confissão formal sobre os delitos, mas o parlamentar não aceitou.
De acordo com a denúncia, protocolada em fevereiro e assinada pela promotora Luciana Belo Steluti, em 10 de outubro de 2021, o vereador exibiu no peito insígnia similar àquela usada por policiais civis, a pretexto de acompanhar ou fiscalizar o atendimento de uma paciente.
Já dentro da área de atendimento do PS, Nilson, inclusive, foi alertado por uma funcionária da unidade sobre uma recomendação do MP no sentido de que não era permitida a permanência no local de pessoas não autorizadas.
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Naquele momento ele se apresentou como vereador e afirmou que nesta condição poderia entrar e sair de onde quisesse. Também pediu que uma paciente que reclamava do atendimento no local, motivo da ida do vereador ao PS, fosse atendida com “privilégios”, de acordo com o Ministério Público.
A GCM (Guarda Civil Municipal) foi acionada, mas quando os agentes chegaram no local o vereador havia se retirado.
INVESTIGAÇÃO
No inquérito policial sobre o caso foram ouvidos três secretários municipais, além de servidores do PS. As imagens das câmeras de segurança que mostram Nilson usando um distintivo também foram analisadas.
O caso é de responsabilidade da juíza Camila Marcela Ferrari Arcaro, da 1ª Vara Criminal, que vai decidir se aceitará a denúncia do MP.